segunda-feira, janeiro 29, 2024

O ÓDIO A SÓCRATES


O ódio a Sócrates é o ódio do passado ao futuro. O ódio a Sócrates carrega o mesmo ódio de há 2500 anos suportado pelo Sócrates e Péricles gregos, os quais, um foi condenado à morte e o outro a prisão ambos acusados de corrupção, moral um e venal o outro. O mesmo ódio acumulado nos ostentatoriamente grandiosos palácios e castelos pela nobreza da Idade Média que mantiveram o passado a ferro e fogo até à Revolução Francesa. O mesmo ódio que o passado, após o Renascimento, impôs à ciência desde o séc. XVI a partir de Copérnico até Galileu no séc. XVII e que teve reminiscências na Europa como em Espanha com Franco e em Portugal ond subsistiu sob a censura e força da Pide durante todo o regime salazarista.
Esse ódio do passado ao futuro renasce sempre contra alguém que acomete contra a quietude e confortos estabelecidos possidentes. O nosso Sócrates era um visionário e um homem assim não pode ser medido pela trivialidade rasteira dos medíocres que pululam no interior da existência humana. Nele, ao contrário dos calculistas que pensam os outros por si, nunca foi visível ou sequer existiu qualquer momento de calculismo ao avançar determinado e ciente do que pretendia para o país. Trazia consigo uma utopia própria para fazer sair Portugal da modorra e estagnação de séculos, apesar de saber que o país é pequeno e pobre de bens naturais. Animava-o a força de uma utopia para Portugal e estava disposto a meter mãos à obra mesmo com os meios limitados de que dispunha. E para isso juntou a si um dos maiores cérebros do país, Mariano Gago, como ministro da ciência e tecnologia e estabeleceu um programa ambicioso de projetos na área das ciências da tecnologia e inovação como nunca fora visto.
Ainda hoje, quase tudo o que se vai fazendo ou discute como necessidades do país, faziam parte do seu entusiástico e ambicioso plano possível para desenvolvimento de Portugal.
Os corruptos medíocres a soldo do passado antigo e do mais recente salazarismo, sempre agarrados aos poderes pessoais adquiridos e estabelecidos, impotentes de o travar politicamente, usaram, de forma democraticamente corrupta, um dos pilares do poder democrático não só para o derrubarem como para o destruírem pelo julgamento, publicitário ininterrupto, na praça pública induzindo na mente do pagode ignorante tratar-se de corrupção o que era um carácter obstinado na defesa do progresso em Portugal.
Claro, um tal homem, jamais pode ser julgado por homenzinhos ou homúnculos como aquele que está na foto ao fundo acompanhado de outros iguais ou semelhantes e todos rodeados de prazeres de mesa farta e estantes de garrafas do fino para saborear vitórias pírricas deles e derrotas históricas de Portugal.
O verdadeiro julgamento ainda não foi pronunciado mas já é previsível e pronunciável; passarão todos à história como cavacoisos.

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