O ÓDIO A SÓCRATES
O ódio a Sócrates é o ódio do passado ao futuro. O ódio a Sócrates
carrega o mesmo ódio de há 2500 anos suportado pelo Sócrates e Péricles
gregos, os quais, um foi condenado à morte e o outro a prisão ambos
acusados de corrupção, moral um e venal o outro. O mesmo ódio acumulado
nos ostentatoriamente grandiosos palácios e castelos pela nobreza da
Idade Média que mantiveram o passado a ferro e fogo até à Revolução
Francesa. O mesmo ódio que o passado, após o Renascimento, impôs à
ciência desde o séc. XVI a partir de Copérnico até Galileu no séc. XVII
e que teve reminiscências na Europa como em Espanha com Franco e em Portugal ond subsistiu sob a
censura e força da Pide durante todo o regime salazarista.
Esse ódio do passado ao futuro renasce sempre contra alguém que acomete
contra a quietude e confortos estabelecidos possidentes. O nosso
Sócrates era um visionário e um homem assim não pode ser medido pela
trivialidade rasteira dos medíocres que pululam no interior da
existência humana. Nele, ao contrário dos calculistas que pensam os
outros por si, nunca foi visível ou sequer existiu qualquer momento de calculismo ao avançar
determinado e ciente do que pretendia para o país. Trazia consigo uma
utopia própria para fazer sair Portugal da modorra e estagnação de séculos,
apesar de saber que o país é pequeno e pobre de bens naturais. Animava-o a força de uma
utopia para Portugal e estava disposto a meter mãos à obra mesmo com os
meios limitados de que dispunha. E para isso juntou a si um dos maiores
cérebros do país, Mariano Gago, como ministro da ciência e tecnologia e
estabeleceu um programa ambicioso de projetos na área das ciências da
tecnologia e inovação como nunca fora visto.
Ainda hoje, quase tudo o que se vai fazendo ou discute como necessidades
do país, faziam parte do seu entusiástico e ambicioso plano possível
para desenvolvimento de Portugal.
Os corruptos medíocres a soldo do passado antigo e do mais recente
salazarismo, sempre agarrados aos poderes pessoais adquiridos e
estabelecidos, impotentes de o travar politicamente, usaram, de forma
democraticamente corrupta, um dos pilares do poder democrático não só
para o derrubarem como para o destruírem pelo julgamento, publicitário
ininterrupto, na praça pública induzindo na mente do pagode ignorante
tratar-se de corrupção o que era um carácter obstinado na defesa do
progresso em Portugal.
Claro, um tal homem, jamais pode ser julgado por homenzinhos ou
homúnculos como aquele que está na foto ao fundo acompanhado de outros
iguais ou semelhantes e todos rodeados de prazeres de mesa farta e
estantes de garrafas do fino para saborear vitórias pírricas deles e
derrotas históricas de Portugal.
O verdadeiro julgamento ainda não foi pronunciado mas já é previsível e pronunciável; passarão todos à história como cavacoisos.
Etiquetas: o ódio do passado ao futuro
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