25 ABRIL 2008
A CONDIÇÃO DE ABRIL
Quando um só único ser foi dono do complexo
mundo era sua toda a mundana liberdade.
Quando a mulher foi criada da costela-sexo
a cada um deles coube do todo livre a metade.
Os dois expulsos à força sem piedade
do paraíso, onde tudo abunda e o que se come
renasce logo, tiveram muita liberdade e fome
também, lutaram duro para colher o fruto
da terra mãe, seu pão nosso diário e conduto.
Viver, entre liberdade e necessidade se consome.
Multiplicaram-se homens e mulheres sem
parar, juntaram-se em modelos de sociedade
partilhando bens e deveres, o mal e o bem,
alegrias e choros, condições de liberdade
individual e grupo, costumes e identidade.
Organizaram-se em reinos e democracias
para defesa de bens adquiridos e bravias
lutas travaram pela liberdade feita cativa
por tiranos. Ao homenm nú quem dá e priva
de liberdade são a carne fraca e tripas vazias.
Abril foi belo, foi alegria, foi festa rija, foi flôr
viçosa mal tratada, a sua natureza e sina
estava escrita no alto pelo Tempo, dono e senhor
guarda mudo do porvir, velha ave de rapina
que vigia, guia, transporta, indica e escrutina
a vontade humana, aquele que tudo engole
sobre a terra, reinos revoluções déspotas, um rol
de sonhos Abrilhantados. A condição de Abril
sujeita ao tempo humano, é a expiação senil
do passado sob o futuro, o eterno re-nascer do sol.
Etiquetas: poesia livros cinema pintura arte
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