OUTRO ESCOLHIDO: O GRANDE MESTRE EMPREENDEDOR.
Também Portugal foi desde sempre uma "Terra Prometida".
Primeiro, foi D. Afonso Henriques o "escolhido" em Ourique para "fundar" Portugal.
Segundo, foi D. Nuno Alvares Pereira o "escolhido" para "salvar" Portugal.
Terceiro, foi a Inquisição ardentemente "escolhida" pedida e desejada por D. João III para "moralizar" a turba e de evitar o sistema de matanças e pilhagens que se tornara corrente e que indiciavam claramente a decadência e morte de Portugal.
Quarto, foi "escolhido" pelo cardeal Henrique, e demais portugueses "patriotas", a vinda dos Filipes de Castela para "governar" Portugal.
Quinto, foram os conjurados "escolhidos" e decididos por Deus para "Restaurar" Portugal.
Sexto, foi "escolhido" dar-se o terramoto de 1775 no dia de todos-os-santos para "castigar" e "redimir" os pecados de Portugal.
Sétimo, logo de seguida, e despachado o maldito Pombal para o exílio através do 'processo do marquês', foi "escolhida" a rainha louca de beatice para "restaurar" o Portugal jesuítico profundo das grandiosas e faustosas comédias, farsas e óperas bufas do tempo de D.João V.
Oitavo, em 1807 a invasão napoleonica entrava em Portugal e no mesmo dia a Corte dos braganças fugia para o Brasil e vai de fuga embarcada quando dez dias depois Junot ocupa Lisboa e, segundo o cardeal Mendonça, Napoleão era o "Prodígio eleito por Deus" para fortuna dos povos.
Nono, perante a podridão intelectual dos braganças e a miséria grassante na população em 1910 foram "escolhidos" os maçons republicanos para matar o rei e a monarquia e instituir a Répública imitando, mais de um século depois, os franceses.
Décimo, face a uma elite declamarória de princípios e um povo de ignorantes analfabetos que não governavam nem deixavam governar foi "escolhido" e depois aclamado por "Fátima" um "salvador" da pátria professor de finanças.
Undécimo, respeitosa e gravemente passámos 48 anos em estado novo de "salvação" e "penitência" obrigatória em regime de "austeridade" redentora tão avarenta e pelintra que apodreceu e caiu aos tiros aquém-e-além-mar, e foi-se tudo o que se guardara tão avaramente.
Duodécimo, finalmente surgiu "escolhido" por vontade popular o Grande-Mestre-Empreendedor precisamente no momento que a Europa nos mandava fundos e mais fundos para empreender.
E o Gramde-Empreendedor empreendeu à grande; foi o maior empreendedor de todos os tempos a fabricar e promover corruptos e enriquecimento supersónico de ministros, secrtários de Estado, amigos, deputados e tudo que pululava à volta cantando hossanas ao Grande-Emprendedor. Este vendeu a agricultura, as pescas e a indústria a troco de "fundos" que os cantadores de hossanas ao Grande-Empreendedor metiam ao bolso através de esquemas de corrupção "legais".
O Grande-Emprendedor, entusiasmado com os hossanistas de loas à sua grandeza, chegou a falar na criação de um "homem novo", um português elevado ao nível dos ricos europeus e, sobretudo, superiormente educado à sua semelhança de Grande-Mestre-Empreendedor.
O Grande-Mestre-Empreendedor depois de estabelecer o modelo educacional de sua escola de empreendedorismo apadrinhou a implantação de um "banco" onde se sentaram os seus melhores e mais empreendedores alunos e estes, por sua vez, retribuiram o Grande-Mestre-Empreendedor como dadores abonatórios para manutenção do seu lider e Grande-Mestre.
Contudo, este, prenhe de falsa honestidade mesquinha e miserável, por atavismo parolo, incapaz até de um astuto golpe baixo assumido com grandeza, limitou-se a querer e receber as migalhas de pardal de esplanada que os alunos lhe dispensavam para manter as aparências de honestidade rural, como gostava de se mostrar e enganar os portugueses ingénuos.
O Grande-Mestre-Empreendedor anda há 30 anos 30 neste monumental logro de aparências, fabricando, apoiando e lançando no mercado negro da nação hordas de corruptos que mamam, sugam e secam o Estado sob a capa da legalidade instituida pelo Grande-Mestre- Empreendedor-Presidente.
A Paula Rego, a propósito, pintou o quadro "a última mamada" acima reproduzida mas, ainda não é claro que seja a última pois o Grande-Mestre-Empreendedor, já decrépito e caquético, ainda quer deixar em herança aos seus discípulos, o sangue, a carne e os ossos da nação moribunda.
Não há dúvida, Portugal foi e continuará sendo uma terra de gente "escolhida" para ser altar de sacrifícios às mãos de ignorantes espertos convencidos ao serviço de estranhos poderosos mais espertos e inteligentes
Etiquetas: os escolhidos da nação portuguesa
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