terça-feira, dezembro 09, 2014

LIBERDADE DE PRENDER TAMBÉM PRENDE, TEM DOIS BICOS


Os jornais noticiaram que o super-juiz Alexandre requereu segurança pessoal reforçada para a sua persona.

A liberdade é um bem precioso para cada um usar como entende, contudo diz-se, a nossa liberdade termina onde começa a do vizinho. É uma poderosa propriedade imaterial que possuímos para agir mas limitada por milhentas barreiras éticas e morais e muros da mesma propriedade igual de outros.
Até mesmo aos poderosos, àqueles que têm o poder de tirar a liberdade ou de prender outros, a sua própria liberdade não fica impune. Na mesma proporção que restringem ou retiram liberdade a outros também a sua liberdade fica diminuída.
A liberdade é um todo de bem comum com igual pertença de todos: se um retira liberdade a outro está retirando liberdade ao todo e por conseguinte a si próprio também.
O todo poderoso super-alex pode e exibe o seu poder de prender, até sem explicar porquê, qualquer pessoa de que suspeite ou com quem tenha um parti-pris pessoal e, fazer com isso uma demonstração de força de aparência imbatível, contudo, por tal acto, o medo que infunde é igual e simétrico ao medo que sente e a quantidade de liberdade que retira ao outro é recíproca da que lhe é retirada a si próprio.
Quanto mais isola e retira liberdade a outros por meio de prisão injustificada mais necessidade sente ele de auto-isolar-se e até aprisionar-se entre seguranças ou dentro de casa. Se ao outro destina uma cela fixa para viver a si próprio impõe uma cela ambulante, e acaba igualmente incomunicável como o preso.
É que, a civilização transformou o Homem Animal no Homem Racional e as Erínias (Fúrias) em Benevolentes, contudo, nem o Homem deixou de participar da animalidade nem as Benevolentes deixaram de participar da ira.

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