quarta-feira, janeiro 03, 2018

O REINVENTOR


Marcelo igual a ele, sempre. Ele, director do "Expresso", o inventor semanal de pessoalíssimos editoriais criativos de "factos políticos" que deixavam os políticos atarantados, os leitores pensativos e o próprio a olhar extasiado as suas elucubradas criações.
E Marcelo, igual a ele sempre, é de sua natureza não mudar. Se não o deixaram continuar a inventar e criar nos jornais saltou para as TVs e reinventou, pela palavra fácil e modelos expeditos encenados e representados em directo frente aos telespectadores, os novos "factos políticos". Semanalmente reinventava comentários e análises políticas intricadas acerca do tudo e do nada sempre sem dúvidas e pela medida grande entremeando com crítica literária sobre as capas de uma pillha de livros dos mais desvairados feitios e assuntos.
A sua reinvenção como actor político partidário foi mal sucedida. O modelo criativo inventado para a reinvenção como político de carreira partidária com banhos no Tejo poluído, corridas a fingir de condutor de taxi e mais tarde nos afectuosos casamentos políticos como o PP de Portas, outro actor inventivo e reinventivo quantas vezes for preciso, no concurso para primeiro ministro a reinvenção reinventada deu em desastre.   
Mas Marcelo, por natureza imutável criador e inventivo não desistente nunca, não desistiu nunca mesmo. E um dia, vendo o amigo Guterres entretido noutro lado, lançou mão do pecúlio de popularidade amealhado durante anos a reinventar causas, factos, críticas, comentários, apologéticas, lógicas de improvisação,  elaborações para escaramuças, despachos e pareceres tornou-se o sábio e herói do povo embasbacado.
Um Passos Coelho, medíocre retornado vingativo detestado pelo povo, ao rejeitá-lo para candidato tornou-o ainda mais candidato e, por seu mérito próprio de reinventar-se, ganhou à grande.
Do cimo do mais alto lugar do Estado está surpreendendo todos na sua nova reinvenção do cargo. Está-se reinventando como o pai dos deserdados, dos caídos na desgraça e dos desgraçados por causas trágicas. E não pára.
Agora quer reinventar Portugal.    

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