segunda-feira, maio 07, 2018

CASO SÓCRATES E OS PILATOS CASEIROS APRENDIZES DE CIENTISTAS LOUCOS

Nos primeiros tempos quando as maldades de vingança dos senhores magistrados levaram estes a prender Sócrates mediante "provas fortes irrefutáveis" e uma encenação de arraial mediático, uma dada gente muito mediática com acento regular nos media inventaram, como fundamento do inusitado acto, uma forma literária estilo refrão de música de uma nota só que era: "Ele pôs-se a jeito".
Essa gente, a solo ou normalmente constituída em  pequenas formaturas mediáticas de amigalhaços letrados de 'sabe tudo' e opinadores de 'sobre tudo', que já nas várias anteriores acusações se haviam colocado, como habitual nestes grupos que vivem de vender consciência a troco de opinião, numa posição de Pilatos que lavou as mãos e entregou o acusado aos acusadores.
Aliás, estes, vão para além da prática do Pilados romano pois, falsos ambíguos, fazem umas críticas ao estilo de mui-grande-agitada-indignação ao modo, à forma, às falhas do segredo de justiça, aos julgamentos populares para de imediato contraporem em estilo sério e definitivo, como juízes num julgamento, que tudo foi possível e aconteceu porque "ele se pôs a jeito".
Claro, um calculista, nunca se põe a jeito, estuda e calcula a forma de airosamente, não de pôr-se, mas de fazer o jeito.

Talvez porque a fórmula do pôr-se a jeito já se tivesse virado mais para eles do que para o acusado mudaram a cassete.   
Agora a música cantada de uma nota só é o facto do homem ter pedido dinheiro a um amigo de entre famílias desde a infância, e rico, para ir estudar para Paris que incomoda a moralidade dos pilatos caseiros e que estes resumem na putativa fórmula do "viver à custa".
A requentada acusação moral indefinida do pôs-se a jeito virou na requintada acusação moral directa do ter vivido à custa insinuando um trocadilho, ao jeito revisteiro boçal, com as mulheres por conta.
Resumido o caso a esta simples fórmula, depois martelada diariamente pelos tablóides, não é preciso mais que repetir e repetir e repetir para o pagode a papar como o cão de Pavlov.
E, claro, com a cabeça cheia daquela papa falsa ninguém se recorda de que pedir dinheiro para ir estudar é uma fórmula habitual entre amigos, familiares ou até muito usual nos Estados e empresas sob a forma de "bolsa de estudo" ou segundo a fórmula: pago-te os estudos agora e tu pagas depois com trabalho e conhecimentos.
Todos conhecem essa modalidade de empréstimos que Estados e empresas utilizam para aproveitar as elevadas capacidades de inteligência dos estudantes pobres ou melhores trabalhadores e até elogiam tal procedimento. E espanto da racionalidade pois que o fazem hoje mesmo elogiando a contratação de Passos Coelho que de medíocre licenciado duvidoso passa "a salto" a catedrático pela mão de um "passador" amigo, precisamente, fundamentada pelo facto de ter sido PM sem repararem no flagrante tráfico de influências entre contratante e contratado.
A esta dualidade de opinião e actuação relativamente a dois PM onde um, sem necessidade de estudar para se valorizar academicamente, pode subornar o Estado que lhe paga como catedrático não o sendo e o outro que até pediu emprestado para estudar e valorizar-se academicamente e a quem, além de ser acusado e ultrajado por tal, lhe é negado na prática a possibilidade de um trabalho digno que lhe permita pagar normalmente o pedido financeiro, digo, acerca desta vergonhosa dualidade de opinião e actuação que merecem que pensemos de tais menores pilatos caseiros!   
   
Já houve alguém, director de uma TV, que afirmou ser capaz de vender um Presidente da República tal como vendia um sabonete. Parece que alguém ou alguns outros pensaram estar agora o tempo maduro para pôr em prática essa ideia de ficção científica.
Realmente parece que, uma misteriosa instituição malévola de cientistas loucos concebeu alguma máquina nova, ou existente, que permite a transferência de dados cerebrais e trocar o pensamento, as memórias, gostos, preferências, anseios ou até o conhecimento de um indivíduo para outro. 
No tempo ainda meio-louco em que julgavam ser possível trocar um PR por um sabonete, e vice versa, nós pensávamos logo em "lavagem ao cérebro" contudo, modernamente os cientistas completamente loucos actuais vão muito para além do esvaziar as cabeças alheias para nelas meter conteúdos de suas próprias cabeças.
Eles acham que podem entrar na corrente de pensamento de qualquer personalidade colocar-se ao comando e controlo desse pensamento e consequentemente conduzir, a seu belo prazer,  essa personalidade no sentido pretendido por eles.
Os pequenos imitadores caseiros de Pilatos, penso, são aprendizes de feiticeiro desses cientistas loucos completamente.
                

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