sexta-feira, setembro 07, 2018

O ELEITOR ESTRATEGA: O ESTRATAEGA OEIRENSE


O eleitor oeirense é aquele que usa uma lógica de tipo aparentemente utilitarista do voto segundo uma atitude consciente de (i)moralalidade maquiavélica e que aparenta um contrasenso mas que, segundo tendências dos tempos actuais, não deixa de ser um sintoma e mais um passo no sentido desses mesmos tempos supermodernos em gestação.
Para mais esta estratégia, à moda de Oeiras, parece tanto mais imoral e paradoxal quanto é usada especialmente por gente letrada que usa o argumento dos iletrados ignorantes de que 'os políticos são todos iguais e igualmente corruptos e ladrões' e por isso, pensam, jamais valem ou merecem o seu voto honesto, pelo contrário, valem sim o voto desonesto maquiavélico que combata o mal com mal maior.
Por todo o resto de Portugal há os iletrados ignorantes que também assim pensam acerca dos políticos mas no seu caso, coerentemente, uma vez que detestam e desconfiam dos políticos a sua resposta é o desprezo por eleições e tornam-se adeptos falaciosos revoltados clamando por uma política e justiça de tipo salazarista.
E há os letrados desiludidos da política militante abnegada que se viram ultrapassados pelo carreirismo partidário oportunista e que, sentido-se vencidos enganados, enveredam por uma critica do Estado de sentimento anarquista da política que os leva também a adoptarem  uma atitude de eleitor abstencionista semelhante mas com argumentação de que a democracia representativa, tal como existe, é um engano, uma farsa, um jogo viciado que não vale nem merece o seu voto de eleitor consciente porque, sob a aparência democrática do voto, no fundo há apenas um jogo no interior de um circulo político vicioso com escolhas de pessoal ganhador pré-definido à partida.
A coerência do eleitor estratega oeirense é, tão só, uma aparência coerente: uma falsa coerência porque não vai contra os políticos que detesta mas sim contra si próprio ao preferir e autorizar que os mesmos políticos o roubem por corrupção. 
A ideia base que serve de fundamento para dar o seu voto é de que; "ele rouba mas faz". Ora, uma vez que todos os políticos são considerados corruptos e ladrões, pensam segundo o relativismo do mal menor. Só que neste caso não há relativismo de fazer mais ou fazer menos que outros pois, no caso, o roubo por corrupção é praticado sob a capa das obras, logo, é preciso fazer para roubar e quem mais obra faz mais amplia a matéria de roubo por meio de corrupção.
O eleitor estratega oeirense usa uma estratégia que, além de ser contra si próprio, é um incentivo ao roubo pois, se o político bom é o que rouba mas faz, fica subentendido que quem mais faz melhor político é e, consequentemente, também mais autorizado fica para roubar sempre mais numa espiral absurda de "ida ao pote".
Tal estratégia, além de estúpida e imoral é anti-social pois consente, autoriza e promove o estabelecimento na sociedade de uma escola de gatunagem por corrupção política.
Pois se esta absurda estratégia oeirense se espalhasse por todo o país e um governo fosse eleito segundo a mesma lógica restaria um Estado Cleptocrata e um povo cuja maior ambição era ser ladrão profissional.
Mas, no fim de contas, quem nos garante que o capitalismo hipermoderno em marcha não caminha neste sentido?
Os indícios desse primeiro caminhar segundo tal trajecto já são alguns: a ideia, sua aceitação e implantação em Oeiras; o seu uso por ideal ou imitação de muitos eleitores dispersos por todo o país (mundo); a proliferação de quadros expert em "financeirismo" profissionais na arte de ensinar a "fuga ao fisco"; as novas "plataformas" tecnológicas que padronizam a exploração e roubo a nível universal sem autores identificados; a proliferação de off-shores incentivadas e incrementadas pela finança e financeirismo universal criadas a propósito para ocultar e branquear capitais provenientes de negócios ilegais e corrupção; os meios de comunicação social totalmente nas mãos do financeirismo que contratam os melhores "artistas" de manipulação de massas para criar, vender e tornar boa e dominante uma qualquer falsa ilusão.
A imaginação de uns quantos não falta nem pára de fabricar ilusões, aparências, emoções e sonhos para levar ao engano a grande maioria.      

Etiquetas: