quarta-feira, maio 22, 2019

A CRÍTICA DO "SISTEMA" DEMOCRÁTICO OCULTA SEMPRE OS CUSTOS DO "SISTEMA" DE SEU GOSTO.

«Sim, "capitalismo" é um sistema económico de organização das sociedades onde os três casos referidos (artigo de Louçã; "O Senhor Mil Milhões" sobre caso Berardo) são triviais, fazendo parte da natureza íntima do sistema.»
                                                (extrato do comentário de "estatuadesal" ao artigo de Louçã)

Não diria que faz parte da natureza íntima do "sistema" mas de uma organização formalizada dirigida à obtenção de objectivos político-económicos e sociais definidos; tal organização sistémica não é mais que a "superestrutura" do capitalismo transformada no Estado como aparelho instrumental do "sistema". 
Contudo, o capitalismo não foi uma invenção de Marx mas uma etapa a que chegou o evoluir do processo histórico que se modernizou e sistematizou com a Revolução Francesa; ironia das grandes Revoluções para mudar o mundo e que apenas mudam a forma e os senhores do poder.
O mundo é hoje em dia a tal "Aldeia Global" e globalizada que vive todo ele segundo as práticas do capitalismo. E mesmo os que se intitulam uma sociedade comunista vivem tão só sob um Estado que não passa de instrumento repressivo de um capitalismo sem regras tal qual existia ao tempo de Marx e este estudou e escalpelizou metodicamente; outra ironia das grandes revoluções para mudar o mundo, a marxista que, outra vez, apenas alterou a forma e elite do poder e esta estabeleceu, por fim, um capitalismo selvagem de regras impostas à força que, no fundo, é o sonho e grande ambição actual de qualquer grande empresário do mundo.
Levámos milénios até chegarmos aqui e, mesmo à velocidade do tempo actual, ainda levará muito tempo (séculos?) até atingirmos outro tipo de Sociedade diferente e melhor.
Logo, não sendo possível de imediato subverter, destruir e substituir o "Sistema" mas apenas utilizar o processo da água que tanto bate até que fura deixando à permanente luta entre opostos, a dita luta de classes, o papel de regular o caudal e força da batida da água, será um bom governante o que melhor partido e proveito souber tirar do funcionamento do mundo actual; será, necessariamente um relativista e pragmático.
Porque a pergunta que nenhum revolucionário ou reaccionário faz na sua crítica feroz aos elevados casos de corrupção e custos do sistema Democrático é; quanto custaria ao país e ao povo inteiro sair e viver condignamente a existência isolado fora do "Sistema"?
Façamos um exercício mental; as medidas propostas pelos que entre nós querem jogar de fora radicalmente contra e hostis ao dito "Sistema" se aplicadas a rigor, uma após outra, ao ritmo de causa-efeito-causa em jeito de bola de neve levar-nos-iam para que custos económicos, financeiros e sociais de que ordem de grandeza?
Mesmo sem contar com os custos de falta de Liberdade e do consequente "come e cala-te"(se houver que comer) seria o "saldo" negativo ou positivo?

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