quarta-feira, novembro 07, 2007

AS GUERRAS DE JOAQUIM FURTADO IV


4º EPISÓDIO

Mantem JF a neutralidade da sua narrativa fílmica e discursiva por entre as tês trincheiras da guerra que se propôs mostrar e explicar aos portugueses. As imagens, os depoimentos, a narração do próprio JF para a ligação e compreensão dos acontecimentos continuam certinhos para uma visão e entendimento global amistoso e conciliador da guerra por ambos contendores. Compreende-se e aceita-se inteiramente tal opção.
Mas eu que estive lá e tomei parte na operação Viriato, tal como muitos outros, sei de acontecimentos que, passados estes anos, já podiam ser contados como o caso do lançamento agendado, preparado e pronto dos pára-quedistas sobre Nambuangongo e que depois de rejeitado e ameaçado pelo Com. do Bat. 96, foi desviado para Quipedro três dias depois da tomada de Nambuangongo, e quando o Esq. Cav. 149, enviado para ocupar Quipedro a 6o kms, já estava no rio Lué e não atingiu a povoação, a cerca de meia dúzia de Kms, porque a ponte sobre o rio estava destruida e a corrente não permitia a passagem a vao. Um guerrilheiro da UPA depõe, neste episódio, que com a tomada em força de Nambuangongo pelas nossas tropas os guerrilheiros se dispersaram e só voltaram a reunir-se mais tarde na zona de Quipedro, tornando assim, esta área a mais perigosa da região. E foi o Esq. 149 que ocupou durante 17 dias esta área com o balanço de dois mortos e váris feridos graves evacuados, enquanto os páras tomavam o avião e voltavam para Luanda ao 3º dia.
Outro feito que merecia referência foi a travessia do rio Dange pelo Esq. 149, por meio de uma jangada totalmente feita no local de paus cortados na mata, lianas, arame farpado, bidons velhos e tábuas de caixotes de munições, na qual passou toda a Unidade e viaturas pesadas carregadas sem o mais pequeno precalço, o que constituiu a mostra maior da capacidade de improviso e engenho do soldado português face à falta de meios adequados. Tudo isto no caminho da Pedra Verde onde se desenrolava a operação Esmeralda, afim de cortar a linha de fuga natural do inimigo.
Percebe-se que não haja espaço no episódio para factos laterais, mas talvez não fosse má idéia a feitura de um episódio que mostrasse os factos relevantes que foram contributo importante para a boa concretizaçao das missões militares e reveladoras da delirante capacidade de adaptação à guerra do soldado portugûes. E ainda melhor se percebe que JF não queira levantar o problema do relacionamento entre tropas do mato e tropas de cidade, entre tropas das picadas e tiros e tropas dos bares e copos. Estes conflitos internos podem omitir-se mas lá que os houve, houve.

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1 Comments:

Blogger Cusco said...

Tudo bem pelos Gorjões?

Quando é que temos Notícias do Pau?

Um abraço!

8:59 da manhã  

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