quarta-feira, dezembro 31, 2008

2009

Quado tinha dez doze anos, a propaganda salazarista dizia em cartazes enormes que, " Um dia sem vinho é como um dia sem Sol". Pressupunha que o vinho possuía a faculdade de dar a cada bacante a sua luminosidade própria e respectiva alegria.
Hoje foi um dia totalmente sem Sol e foi o úlimo dia do ano 2008. Já não predomina o salazarismo para bem, à sua maneira, interpretar este presságio de um dia de fim de ano sem Sol. Evidente é que, um dia sem Sol não é a noite nem a noite é um dia sem Sol. Entre o Sol e a noite existem as sombras, de tons mais ou menos carregados.
Com um dia destes os augúres pessimistas previrão um ano de sombras escuras onde predominam funestas desgraças. Os optimistas previrão que todas as sombras se esgotaram neste dia e que um ano com boa luminosidade e bonanças se aproxima. E eu penso: como podem os pessimistas ver ou descortinar algo por entre sombras negras?, e como têm os optimistas conhecimento do tamanho do cabaz de sombras para afirmarem que se esgotaram?.
Sugiro que o melhor é cada um pensar pela sua cabeça, deitar contas à vida e actuar conformemente sem predestinações. E brindar com um bom copo à alegria de Baco.

Etiquetas: