sexta-feira, junho 22, 2012

NO REINO DA HIPOCRISIA


O sujeito acima de bigode aparado à vista no buço mas de bigodaças na mente, num local apropriado ao seu pensamento politico-filosófico onde é evidente que os extremos enfiam a boca no rabo um do outro, isto é, no pasquim "correio da manha", vem sem corar falar de três pecados mortais do actual governo.
E deve ter feito um esforço enorme para conseguir lobrigar, entre a floresta de bondades do cratino e do alberto da ilha, estes três pecados deste governo. E levou um ano a olhar contemplativamente para, depois de uns primeiros tempos elogiosos e de beija-mão ao cratino, ao alberto e ao passos, concluir numa paspalhona croniqueta num jornal aliado conveniente, que o actual governo cometeu neste ano 3 (três) pecados mortais: o desemprego, o corte nos subsídios dos professores e algumas propostas, diplomas e leis para facilitar o despedimento de professores.
Este pífio professor mas manhoso e obediente comissário político que sob o pretexto da avaliação de professores promoveu esperas ao anterior PM, manifs "espontaneas" convocadas por sms, transformou uma ida de um polícia, a mando do cabo da esquadra local, ao sindicato para saber do itinerários dos autocarros (que os autarcas psd lhes punham à disposição tal como os patrões da comunicação social lhes punham os microfones à boca a todo o momento do dia, pudera), numa conspiração de Sócrates contra a liberdade sindical e liberdade em geral contra os portugueses, que pôs milhares de professores a gritar, cantar e dançar num histerismo quase orgíaco-bacantico pela Av. da Liberdade abaixo sob o pretexto da avaliação dos professores, que aliado ao psd enviou gente para boicotar comícios eleitorais do PS e outras manifestações democráticas e legais, que contribuiu à grande e à psd-cds para derrubar o governo legítimo porque o "derrube do governo era o princípio da solução dos problemas do país", e que por fim, depois de fazer todo o trabalho encomendado pelo seu partido, preparou o terreno para que este se aliasse obscenamente com o psd-cds na recusa do PEC IV sabendo de antemão que tal levava à queda do governo e o recurso à troika, e colocava o psd no poleiro do governo como aconteceu.
E fez tudo como fez pensadamente porque o desejava mais que ninguém, porque o bem estar do povo em liberdade não pode dar-se nunca sem prejuizo da estratégia da tomada de poder leninista.

Anos de objectiva e descarada aliança com a actual maioria governamental. E, como se tudo tivesse acontecido por obra e graça do espírito santo, vem agora, depois de elogios e beija-mão públicos, fazer umas quase envergonhadas lamentações contra o actual governo para professor ver.
Quer fazer crer, como faz o seu partido, que não sabia quais as consequências de uma direita mais direita e extremista como jamais vista, mesmo depois de conhecer o programa de revisão constitucional do psd que consubstanciava fielmente o pensamento económico e social tal como agora está sendo posto em acção prática sobre os portugueses.
Perante os graves três pecados graves que empobrecem os professores, aumentam o desemprego dos professores e preparam despedimentos de milhares de professores, que faz o sujeito? Que faz quando até já se prevê que os futuros professores sejam submetidos a uma prova de avaliação prévia; isto é, um exame de admissão ao professorado?
Faz umas piedosas queixas numa croniqueta insonsa no pasquim correio da manha.
E porque está o sujeito tão manso agora que as coisas pioram exponencialmente?

Porque, trata-se aqui da mais antiga e descarada aliança, essa táctica que se esconde no fingimento do palavreado populista-demagógico mas que tem como suporte subjacente a tese leninista de que o "socialismo real" florescerá tanto mais e mais forte quanto mais pobre e desgraçado se sentir o povo; quanto mais miserável for o povo e degradada estiver a comunidade mais ganhos de consciência e opinião reverterão para a causa do "socialismo real".
Desde que Lenine fixou tal tese como uma das armas para a tomada do poder, ao contrário da tese de Marx que defendia que o comunismo só poderia ser implantado no país mais evoluido e avançado do mundo, o que está de acordo com as possibilidades de futuro, os leninistas discípulos tomaram tal tese à letra e acabaram tentando impor pela violência, antes da História e pelo fim da História, o "socialismo real" e a criação do "homem novo" com perda total de liberdades, polícia política, julgamentos políticos sumários e gulagues. Tal como o nazismo quis impor o "ariano" como o "homem novo" de raça pura pela mesma perda total de liberdades, polícia política feroz, e campos de concentração para impuros e opositores políticos e depois com fornos crematórios para homens, mulheres e crianças.
Tais povos acabaram sendo como verdadeiros escravos sob o poder e controlo absoluto de elites auto-iluminadas e os respectivos países acabaram sendo verdadeiros campos concentracionários, como ainda hoje o são os restos existentes, com mais ou menos variações, sobre o tema do "socialismo real".
E todos acabaram em tragédia ou ainda vivem em tragédia indigna da condição humana do Séc. XXI.

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