domingo, julho 15, 2012

PORQUE OS EXTREMOS SE TOCAM?


O pindérico professor mas catedrático em manipulação e terrorismo político, para mostrar serviço, voltou a organizar uma manif de profs. Manif que praticamente ninguém deu por ela antes nem depois:
- os psd patrões dos media tiraram-lhe o microfone do trombone, e ninguém ouviu falar da manif.
- os autarcas psd não disponibilizaram logística nem militantes, e de manifs "maiores de sempre" passaram a ajuntamentos.
- os professores bem intencionados a quem a força da realidade abriu os olhos sobre a manipulação e engano do patife sindicalista, em plena ressaca e descrentes de quem diz defende-los, preferem ter esperança na esperança, e o comissário manipulador não foi além de reunir os militantes dos sindicatos que chefia.
- os professores glutões sempre à espera de mais "gordorinha" (termo usado no tempo do cavaquismo) nos vencimentos, sonharam de novo com um regresso a essa época e foram levados no falso engodo das palavras da nova ultra direita de passos, e agora andam depressivos.

Para disfarçar o fracasso, de antemão conhecido, aproveitaram a boleia e à pala dos médicos lá fizeram ouvir as carpideiras lamentações do costume. Juntaram o pessoal às ordens para mais uma vez encenar o habitual número da defesa dos professores.
Uma hipocrisia sem paralelo na história da nossa democracia: por causa de um caso menor, a avaliação de professores, aliaram-se à direita mais reaccionária de sempre para obter cobertura e apoio mediático ao terrorismo político antidemocrático organizado e praticado contra o governo legítimo de Sócrates.

Sempre coligados com essa direita mais reaccionária de que há memória na nossa democracia, e sempre sob falsos pretextos de boca dos comissários nogueira e avoila na defesa do sector público, usaram e abusaram desse sector de trabalhadores do Estado para acirrar ânimos e criar vontades de combate guerrilheiro contra a governação e Sócrates.
E por fim, atingiram o grau máximo de delírio hipócrita e colaboracionismo político quando se prestaram ufanos e lestos a levantar o braço na AR, em coligação indecorosa com a direita mais reaccionária de sempre, para derrubar o governo e entregar a máquina do poder a essa tal direita mais reaccionária de que há memória na nossa democracia.

Agora fingem que, essa tal direita mais reaccionária de que há memória na nossa democracia, caiu do céu e não está no poder por obra e graça sua.
E quando, como agora, está em causa o previsível despedimento de dezenas de milhar de professores e até de milhares de professores do quadro, remetem-se à manobra de fazer uma manif semi-clandestina para prof ver.
Talvez até, mesmo se o quisessem, nem tenham capacidade de fazer diferente dado o descrédito granjeado com a realidade dos efeitos terríveis para a classe, que tal mistificação sindical lhes acarretou.

Estes senhores nogueira e avoila são membros destacados de um partido que é ideológico-filosoficamente revolucionário, que só aceitou o jogo democrático quando constatou não ter apoio de massas suficiente para fazer a revolução, cópia bolchevique. Contudo não desistiu de a fazer um dia mantendo intacta a convicção marxista-leninista de que o processo histórico necessariamente lhe dará essa oportunidade.

Que assim é basta reparar que à mais ligeira agitação social ou conflitualidade devida a crise aguda do sistema democrático, os tiques revolucionários dos militantes arrebitam espontaneamente e sobem de tom revelando um incontido entusiasmo.
Na crise actual já pressentem uma situação propícia que para o partido se pré-figura uma possibilidade de vir a dar-se tal momento revolucionário. Para tal fazem quanto podem em termos de agit-prop para reunir na sociedade as leninistas condições objectivas e subjectivas da revolução.

Actualmente, a sua contestação às políticas de empobrecimento é um jogo de aparências e dissimulação, pois sabem os conhecedores da história das utopias ruptoras e produtoras de descontinuidades sociais, e sabem os próprios de ginjeira e de sua prática inter-pares, que a sua proposta de uma sociedade em "socialismo real", é o caminho mais rápido para o empobrecimento e proletarização brutal do povo.
Uns propôem-se promover o empobrecimento e proletarização em nome da unicidade igualitária, outros em nome de uma igualitária necessidade. Como na religião a sua proposta é: sacrificai-vos hoje para obter a felicidade no futuro e quanto mais melhor.

Ora, quem se opõe social e frontalmente a um projecto revolucionário na sociedade é a classe média. Esta, a mais culta e intelectualmente conhecedora da história das tragédias de terror e totalitarismos desumanos intrínsecos às revoluções, são condescendentes com mudanças pelo conflito de ideias e não pela violência, quer seja revolucionária ou de outra natureza.
Deste modo, a classe média é o local onde existe, se reproduz, se mantem e desloca o ponto de equilíbrio instável da sociedade democrática que permite o desenvolvimento civilizacional em liberdade.

Em Portugal o maior representante dessa classe média que por sua vez representa a maior força de resistência e oposição aos extremismos revolucionários ou contra-revolucionários, é o PS. Por isso, é sobre este partido que todos os grupos sociais ideologicamente extremistas se eriçam e unem como feras na sua destruição.
Os extremistas não têm um ódio de estimação aos socialistas democráticos, têm um ódio de morte.

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