domingo, novembro 25, 2018

COMBATE À CORRUPÇÃO OU UMA MÃO ATRÁS DO ARBUSTO, E CAMUFLADA.


Estavam os seus colegas de mesa "Quadratura do Círculo" de 22.11.2018  a dissertar e defender a veracidade e bondade do proclamado combate à corrupção do Presidente angolano quando Pacheco, já antes muito duvidoso se em Angola haveria ou não um verdadeiro combate à corrupção ou somente um acto de cosmética, pede uma última palavra para iniciar nova argumentação critico-duvidosa e começa, precisamente, com a afirmação: - Bem...! Sabe-se bem que o "combate à corrupção" serve primeiro para combater os adversários políticos... -
Como cito de memória talvez a frase não seja, à letra, tal qual como foi dita mas é-o totalmente conforme ao sentido e significado e, sobretudo, conforme ao espírito do que ele entende que se trata, hoje, quando um emergente chefe político fala de "combate à corrupção" .
PP depois do 'trumpónio' (onde se enredou no elogio inicial sem perceber o real movimento de engano e ilusão real que tal continha) e o 'trumpolsonário' já apreendeu e intuiu que a luta pelo poder na actualidade, com forte marca de populismo, oportunismo e fake news como armas de fácil manipulação do 'povão', inclui uma dose forte de proclamação de 'combate contra a corrupção', isto é, de justicialismo proclamado, falsa e maquiavelicamente, no sentido de vingança em nome das "massas" ditas esquecidas, arruinadas, oprimidas e roubadas que, como repetem exaustivamente, "até são" quem pagam os corruptos: um perfeito acelerador de partículas de desintegração social.
Chegou tarde, mas chegou, à percepção da realidade escondida sob a capa deste tipo de "slogans" que indivíduos medíocres jogam mão, precisamente, à falta de conhecimentos e ideias e, consequentemente, sem capacidades de qualquer leitura histórico-social para uma visão de futuro e logo, nestas casos, só lhes resta olhar o passado pelo retrovisor saudosista e é dos mitos do passado que jogam mão para governar.
Pacheco, durante todo o período fértil da sua carreira política, andou enredado com indivíduos sem qualidades do mundo altamente corrupto do cavaquismo. Andou intimamente no meio deles tentando meter-lhes alguma ideologia nas cabeças mas o pensamento deles apenas tinha olhos fixos para o enriquecimento fácil, ali à vista e à mão, e sua imensa ambição facilitada a partir dos seus altos cargos de chefia política.
E, mesmo quando a corrupção foi detectada à sua volta tendo como intérpretes os seus amigos partidários próximos, tornou-se ele próprio cúmplice dessa corrupção deixando e ajudando a construir uma narrativa falsa que fazia de outrem o bode-expiatório da corrupção amiga.
O seu falso "combate à corrupção", foi apontado não aos verdadeiros corruptos mas a verdadeiros adversários políticos bem definidos e feitos "bodes expiatórios" pelo poder político-judicial o qual agitou e lançou ao "povão" o slogan "a impunidade acabou", outra forma de dizer o que diz a frase acima transcrita de Pacheco, isto é; apelo à perseguição política sob a capa de corrupção.
Pacheco apoiou e teorizou fartamente sobre tal narrativa para safar os amigos de partido e acabou apoiando Durão, tão universalmente corrupto que após seis meses de deixar a presidência da UE nem sequer o querem ver à porta.
O que Pacheco argumentou naquele momento e lhe saiu da boca com a naturalidade de quem confirma uma verdade axiomática pode não assentar, tão bem assim, ao Presidente angolano mas assenta-lhe a si mesmo que nem uma luva na mão atrás do arbusto, e camuflada. 

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