O ENJOO
O comentário político actual nos media parece um recreio de um hospital de malucos em estado tal que os próprios médicos psiquiatras já estarão ao nível dos doentes que andam tratando.
É um fartote de palavreado tonto irracional e estúpido face ao rápido desenrolar dos acontecimentos, que nascem e morrem de rompante diária e sucessivamente, e por tal tão inconsequentes e imprevisíveis se tornaram.
Num certo diálogo recente um comentador politólogo ou especialista em política ou jornalista político, desorientado com as leituras de opiniões lidas face às tomadas de decisões contraditórias acerca do brexit acaba dizendo que afinal nem os ingleses se entendem nem os seus deputados já sabem o que querem. Contudo o nosso jornalista inquiridor insiste em perguntar e saber o que vai acontecer se se for assim ou assado, se se acontecer isto ou aquilo, se se der este passo ou aquele, se May isto ou a UE aquilo e, o politólogo de serviço, volta a tentar dar resposta a tudo e avançar com mais cabazadas de explicações de futurologia tão emaranhadamente dependentes de ses e mais ses que o discurso dos dialogantes mais não era que um diálogo de doidos a tentar dar notícias de acontecimentos que nem sequer ainda aconteceram.
E, de seguida, vem outro duo ou trio de dialogantes e a conversa é a mesma e mesmo é o sentido, o tom e nível de pensamento: prioridade máxima a tentar acertar na lotaria do "europiniões" e dar a conhecer o futuro próximo.
Sim, não é tentar dar explicações racionais e coerentes sobre o que se passa mas, sobretudo, uma afanosa e quase desesperada procura de dar notícias do futuro. Em vez de nos prepararem para podermos de moto-próprio formar nossas opiniões, afinal também nós temos experiências de vida e diferentes conhecimentos e experiências, o intuito primeiro e único é atirar carradas de hipóteses ao ar para, entre tanto arrazoado compacto de palavras, acertarem sempre num qualquer mínimo e desse modo se imaginarem e sentirem sábios em qualquer matéria relativamente ao ouvinte.
Ora os verdadeiros estudiosos embrenhados nos conhecimentos sensíveis e inteligíveis apenas sabem, e nem disso têm certeza absoluta, que não podem dar certezas sobre o futuro, tão desconhecido e imprevisível actualmente ele é, como ainda é cada vez mais incerto face aos instantâneos meios de comunicação de massas que torna fatias gigantescas de massa humana em massas de baratas tontas ao sabor de ventos soprados das mais sofisticadas centrais de fabricação de pensamentos fáceis para uso rápido na resolução de problemas complexos e, em consequência dessa manipulação tipo penso rápido, essas massas humanas movimentam-se exaltadas e alteram tudo e o futuro de repente
A grande maioria dos diálogos, mesas redondas, mesas quadradas, mesas obtusas e sentados ou de pé sem mesa imediatamente se transformam numa charada de tentativas de adivinhações e cassandrices que, como diria o Sidónio farense: enjoam, enjoam, pá.
Etiquetas: os diálogos do enjoo
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