DEUS, NOVAS TECNOLOGIAS E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Rapidamente passaram a circular pelos mídia sob o argumento de autoridade de sábios ou, seguramente de gente mais sabidos que sábios, ideias-ciências, ou para-científicas ou mesmo científicas de que máquinas laboratoriais sofisticadas podiam auto-produzir matéria inteligente ou mesmo inteligência pura e até ultrapassar o homem em capacidade mental para fazer raciocínios e elaborar pensamentos e ideias.
E muita gente já vende a ideia e muita mais já acredita nela e julga já ser possível que máquinas possam
pensar e fazer associações e deduções de ideias e pensamentos
metafísicos inteligíveis autónomos e puros como um ser humano mas tal nunca passará sempre de um truque de linguagem entre os inteligentes
dominadores e os credulos dominados: isto é, mais um processo histórico de
disfarçar o domínio do saber sobre a ignorância.
Até aqui o processo de domínio do saber sobre a ignorância fez-se pelo
domínio material dos meios de produção e distribuição de propaganda que modulam de forma
sistemática a sensibilidade do ingénuo ou ignorante.
Contudo esta
formula está gasta de ser usada, vista e sentida e por fim percepcionada
pela maioria da população que também vai elevando o seu nível de literacia pelo que já não passa fácil nem serve ao modelo do estádio
actual de Sociedade para o desenvolvimento e exploração do capital.
Então, há que mudar o paradigma escondendo de novo por meio de alguma
formula mágico-tecnológica o modo de como o saber explora a ignorância; isto é
avançar novo passo histórico para mudar e se possível melhorar o domínio do saber utilizando as novas tecnologias universais que já hoje o possibilitam.
Se antes essa exploração era apenas do domínio do visível ou sensível,
portanto do domínio dos meios técnicos materiais de produzir propaganda, hoje já é possível
transferir esse poder para o domínio do invisível ou do inteligível, do
metafísico (ou talvez pretensões disso).
E assim tenta-se vender a ideia de que as novas e misteriosas “máquinas
pensantes” já elaboram ideias de per si pelo que o que elas “decidem” é
obra do transcendente científico-maquinal e está para além da ideologia e vontade
do produtor-manipulador dessas máquinas ditas como "inteligentes" que pensam e decidem autonomamente.
No princípio foi Deus o transcendente sob o qual se fez a exploração da
ignorância pelo saber; esgotado esse modelo usou-se os meios materiais
de propaganda para tal exploração; em vias de esgotamento este último já
se está preparando as “massas” de ingénuos e ignorantes para impingir
que vem aí a “máquina transcendente” ou o verdadeiro “deus ex-machina” que
pensa, decide, age, e julga como um novo deus infalível e impassível acima dos humanos.
Será que iremos ter acerca da "máquina inteligente" e seus atributos a mesma discussão de milénios que tivemos acerca de Deus?
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