O CHATO PROFISSIONAL
Acerca da greve dos motoristas de matérias perigosas alguém disse que os motorista não tinham bombas nucleares portáteis mas o Pardal, e
talvez alguns mais não motoristas, pensaram que tinham uma bomba atómica
de fissão nuclear pronta a usar e até falaram e ameaçaram com tal arma à partida para
meter medo aos políticos portugueses corruptos, feios, porcos, maus e
medricas.
Vai daí, com medo de perderem o tempo político ideal e explorarem o efeito atómico inesperado da greve recente anterior, largaram nova bomba
de efeito lento ao retardador sem limite temporal e resultado certo de destruição total a
médio-longo prazo.
A linguagem do Pardal não enganava ninguém pois falar de bomba atómica
para lançar sobre o próprio país é próprio de louco ou de ultra-expert
com extra-intenção.
Contudo os estudos de estratégia ou marketing dos pardais foram planos de
fracos amadores e ainda piores políticos pois era de prever a falta de
apoio dos portugueses que, a longo prazo e perante a total
impossibilidade de poderem viver a sua vida do dia a dia, acabariam por revoltar-se.
Pensaram, talvez, que a revolta seria contra o governo e um estado de
caos faria cair o poder na rua e depois nas mãos de gente amiga.
Provavelmente o governo e Estado também pensou no que os pardais pensaram e sem
tibiezas fechou barreiras, preparou trincheiras e a bomba atómica rapidamente ficou
sem detonador, pouco alcance e poder de fogo.
Todos os que esbracejam e choram o fracasso da bomba atómica segundo argumentos de
que o governo coarctou direitos da greve, abusou de força ou teceu um
plano maquiavélico, uns fazem-no porque ficaram perdedores políticos
outros fazem-no porque actuam segundo a estratégia de que notícia é o dono morder no cão, isto
é, morder nos políticos do governo; se sim morder porque sim? e se não morder porque não?
Os primeiros, os perdedores políticos, por falta de estratégia política e uma visão para o país porque são "oposição" sentem-se obrigados a opor-se sempre.
Os outros são os pardais de fora e intervenientes opinadores que, antes de tudo, pensam na sua vida particular olhando por si, pensando acerca de si, tratando de si, preparando a sua carreira segundo a estratégia pessoal de contrariar sempre a opinião geral e ser polémico contundente reduzindo a análise política dos casos ao seu caso.
Fazem-no até obterem lugar cativo numa qualquer mesa de tv com microfone virado directo para o público e, com habilidades e serventualidades, ás vezes, chegam longe.
O arquétipo destes últimos é o JMT já elevado ao estatuto de pensador do reino mas, como é normal num mundo cão, mal surge um caso polémico, os imitadores protagonistas aparecem logo a chatear o juízo do povão.
Estes são os oportunistas que pensam concentradamente em si e concluem que o melhor modo de singrar na vida é armar-se em chato profissional.
Etiquetas: greves, polémicas e chatos profissionais
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