domingo, dezembro 26, 2021

DEIXEM QUE A HISTÓRIA DECIDA, PORRA.

 

Oh! Vós acusadores fanáticos da pós-verdade

histórica que não escutais vossas ficções

contadas e cantadas como loas à identidade

que apregoas certa mas afinal só metade

o é e a outra é falsa e é fonte de opiniões

pós-verdades gizadas de tua espúria fidelidade.

 

A vossa pós-verdade oculta é feita de partes

das quais apenas uma tomas por verdadeira

a qual insistes ficcionar e narrar com artes

milenárias de palco encenadas com encartes

de velhas pós-verdades históricas à maneira

de profetas, mágicos e deuses como Martes.

 

As vossas pós-verdades feitas de promessas

de futuros de festa e alegria permanente

tal como tantas já feitas viraram de avessas

o compromisso repetindo sempre mais dessas

pós-verdades iludindo mundos de gente

com profecias, livros, ficções, teatro e peças.

  

Impingiste narrativas falsas que são eternas

sem parar e queres continuar impondo

novas pós-verdades, ficções pós-modernas

invertendo verdades e factos de pernas

para o ar na ânsia de seres o deus redondo

liso do mundo a ditar os heróis e os palermas.

 

Vós quereis ditar à força de tanto ficcionar os factos

quem esteve certo e foi herói e quem foi cobardola,

se o pensante exilado ou os embarcados fracos,

se o de fala de combate ou o de combate nos matos,

se o combatente que deu a vida ou o que deu à sola.

A história decidirá entre o sangue e os fala-baratos.

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