UM POEMA PARA O MEU ANIVERSÁRIO
SEGUNDO UMA LEITURA FEITA ÀS AVESSAS
Ontem foi dia de anos de aniversário
que escrito e lido ao contrário
seriam, como num jogo de espelhos,
anos de jovem e não de velhos,
tempo de ter sonhos e um ideário,
um rumo, uma meta, ser usofrutuário
da idade verde e humores vermelhos.
Segundo uma leitura feita às avessas
teria ainda vida longa e sem pressas,
feito a guerra além-mar e curso do IIL
tudo ainda se vivia em dias pré-Abril,
iniciava a vida activa, uma dessas
carreiras técnicas bem expressas
no vencimento com odor a sex-appeal.
Numa falsa leitura feita do inverso
era outro e não um velho em processo
decadente em vias da inutilidade
da peste grisalha cuja elevada idade
rouba futuro aos novos dado o excesso
pensionista, pelo que seria um sucesso
eutanaziá-la, segundo quer a maldade.
Mas a vida é um destino sem manuais,
é um percurso oculto de vias e finais,
é um indeterminado com término certo,
é um prazo dado sem longe nem perto,
uma corrida até não poder correr mais,
uma luta falhada dos loucos mortais
tão inútil como pregar à lua no deserto.
Etiquetas: poema para o meu aniversário
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