quarta-feira, fevereiro 02, 2022

Para o que der e vier

Para o que der e vier:

Neste artigo de Mariana Mortágua esta afirma, ou reafirma o que diz Catarina, que, - Os deputados eleitos do Bloco cumprirão à risca o seu mandato, em nome do SNS, do clima e da vida de quem trabalha -.

Quererá a Deputada dizer, subrepticiamente, que os portugueses se dividem em duas classes? Os que trabalham e os outros, os que não trabalham?

Tal modo de raciocinar é típico do pensamento marxista-leninista puro e duro tal como há dezenas de anos o PCP  proclama na sua prática política diariamente, habitualmente expressa assim; na política portuguesa existem os comunistas, os trabalhadores e os outros, aqueles que são farinha do mesmo saco.

 

No mesmo artigo diz também: 

- É certo que para impedir uma maioria de direita bastaria uma maioria de esquerda, mesmo que o PS não fosse sequer o partido mais votado, como aconteceu em 2015. Mas para isso era preciso que a esquerda "se entendesse", uma possibilidade que António Costa quis desacreditar durante toda a campanha, apesar da inteira disponibilidade do Bloco -.

Que grande troca-baldroca contraditória e paradoxal de argumento! MM pensa que - bastaria uma maioria de esquerda, mesmo que o PS não fosse sequer o partido mais votado - e a questão, então, é porque chumbaram o OE, sabendo previamente que iam para eleições, como tinha pré-anunciado Marcelo, quando o que bastaria até já existia. Porque deitaram fora o que já existia para se lançarem numa aventura de coligação com toda a direita e extrema direita? Porque repetiram o que já haviam feito aquando do chumbo do PEC IV com os resultados que se viu depois? 

Agora, aqui e durante a campanha eleitoral tentaram, face ao pressentimento da percecpção política contrária do povo e um provável mau resultado, uma argumentação à posteriori segundo a fórmula - de uma possibilidade que António Costa quis desacreditar durante toda a campanha-. Trata-se do argumento à posteriori do mau pagador; se eu soubesse... 

E, para uma atuação política tão nefasta quanto inglória, para mais, não tiram quaisquer conclusões de responsabilidade política quando são tão lestos a acusar de responsabilidades políticas o 1º ministro ou ministros acerca de acontecimentos acidentais sob tutela desses ministros.

Até Louçã, que continua o ideólogo de serviço do Bloco, na altura do desastre eleitoral após chumbo do PEC IV teve a ombridade política de se retirar, pelo menos presencialmente.