MARAFAÇÕES VI
SADDAM
Em cada homem já existe uma luta permanente de correlação de forças entre alma, espírito, coração, razão, necessidade, existêmcia, consciência, memória, que actuam sobre a súbdita carne do corpo, o executor dos planos saídos dessa luta travada no pensamento. Durante a aplicação, ao vivo, do plano, nenhuma das forças actuantes abdica da sua posição, atenta ao desenrolar dos acontecimentos e pronta a tornar-se predominante e alterar o plano. O homem é, por esse motivo, uma contradição permanente em sí e uma confusão incompreensível para o outro, o de fora. Tentando libertar-se desta permanente contradição e confusão que ele próprio é, refujia-se no preconceito que toma como o bem.
A morte de Saddam é merecida mas o enforcamento não é justo. Este é o alibi de meio mundo bem pensante para aliviar a consciência. Os mestres opinadores caseiros, J.M.F., P.P., e M.R.deS. e muitos muitos mais, são contra a pena de morte, por princípio, como tal são contra o horroroso enforcamento de Saddam. São porque são, como princípio, mas não o são como meio nem como fim. Se, como aonteceu com os filhos, uma bomba teleguiada lhe tivesse caído em cima da cabeça, era normal e tudo limpo. Se lhe enfiassem no corpo um carregador de balas quando o capturaram como fizeram com Savimbi, era perfeitamente normal e tudo limpinho. Como se houvesse mortes boas e mortes más. A vida é que tem coisas boas e más mas a morte é o mal absoluto onde não há distinções de qualidade. Do ponto de vista do morto que interessa a forma da morte se todas matam a esperança?
Aqueles senhores e muitos, muitos mais, apoiaram a invasão do Iraque feita por duzentos mil soldados equipados com espingardas, canhões, e bombas. Pensariam eles, nessa altura, que aqueles homens assim equipados iam para o Iraque caçar borboletas? Ou coçar as costas dos iraquianos e fazer festas na cabeça do Saddam? Por acaso pensaram alguma vez nos milhares de mortos que a guerra ia provocar? E que na guerra as vítimas maiores e verdadeiras são as pessoas inocentes, apanhadas entre os senhores da guerra que defendem interesses próprios?
No seu conforto condicionado longe do campo de batalha, eles defenderam a guerra e a inevitável consequente mortandade. Morreram milhares despedaçados sob balas, bombas, fogo, explosivos, seviciados e até degolados, mas estas mortes, por princípio, não têem mal em si, são normais mortes limpas de guerra justa. Nunca se debruçaram saber se estas milhentas mortes eram merecidas e o meio aplicado era justo. No preconceito de guerra não arrepiam as mortandades que esta faz e como faz, no preconceito de morte arrepia a forma.
Sobre a guerra os gregos diziam: -Ares é imparcial, mata os que matam-. Hoje o povo diz: - quem com ferro mata com ferro morre-, isto é; quem horrorosamente mata horrorosamente morre. Nestas afirmações não há o minimo vislumbre de quaquer idéia conveniente(preconceito) de piedade acerca da morte.
A barbaridade não está na forma de matar, está no matar.
Em cada homem já existe uma luta permanente de correlação de forças entre alma, espírito, coração, razão, necessidade, existêmcia, consciência, memória, que actuam sobre a súbdita carne do corpo, o executor dos planos saídos dessa luta travada no pensamento. Durante a aplicação, ao vivo, do plano, nenhuma das forças actuantes abdica da sua posição, atenta ao desenrolar dos acontecimentos e pronta a tornar-se predominante e alterar o plano. O homem é, por esse motivo, uma contradição permanente em sí e uma confusão incompreensível para o outro, o de fora. Tentando libertar-se desta permanente contradição e confusão que ele próprio é, refujia-se no preconceito que toma como o bem.
A morte de Saddam é merecida mas o enforcamento não é justo. Este é o alibi de meio mundo bem pensante para aliviar a consciência. Os mestres opinadores caseiros, J.M.F., P.P., e M.R.deS. e muitos muitos mais, são contra a pena de morte, por princípio, como tal são contra o horroroso enforcamento de Saddam. São porque são, como princípio, mas não o são como meio nem como fim. Se, como aonteceu com os filhos, uma bomba teleguiada lhe tivesse caído em cima da cabeça, era normal e tudo limpo. Se lhe enfiassem no corpo um carregador de balas quando o capturaram como fizeram com Savimbi, era perfeitamente normal e tudo limpinho. Como se houvesse mortes boas e mortes más. A vida é que tem coisas boas e más mas a morte é o mal absoluto onde não há distinções de qualidade. Do ponto de vista do morto que interessa a forma da morte se todas matam a esperança?
Aqueles senhores e muitos, muitos mais, apoiaram a invasão do Iraque feita por duzentos mil soldados equipados com espingardas, canhões, e bombas. Pensariam eles, nessa altura, que aqueles homens assim equipados iam para o Iraque caçar borboletas? Ou coçar as costas dos iraquianos e fazer festas na cabeça do Saddam? Por acaso pensaram alguma vez nos milhares de mortos que a guerra ia provocar? E que na guerra as vítimas maiores e verdadeiras são as pessoas inocentes, apanhadas entre os senhores da guerra que defendem interesses próprios?
No seu conforto condicionado longe do campo de batalha, eles defenderam a guerra e a inevitável consequente mortandade. Morreram milhares despedaçados sob balas, bombas, fogo, explosivos, seviciados e até degolados, mas estas mortes, por princípio, não têem mal em si, são normais mortes limpas de guerra justa. Nunca se debruçaram saber se estas milhentas mortes eram merecidas e o meio aplicado era justo. No preconceito de guerra não arrepiam as mortandades que esta faz e como faz, no preconceito de morte arrepia a forma.
Sobre a guerra os gregos diziam: -Ares é imparcial, mata os que matam-. Hoje o povo diz: - quem com ferro mata com ferro morre-, isto é; quem horrorosamente mata horrorosamente morre. Nestas afirmações não há o minimo vislumbre de quaquer idéia conveniente(preconceito) de piedade acerca da morte.
A barbaridade não está na forma de matar, está no matar.
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