terça-feira, maio 15, 2007

NOTÍCIAS DO PAU V


IIL CURSO DE ELECTROTÉCNIA E MÁQUINAS 1963-1967

O curso do Instituto Industrial de Lisboa de Electrotécnia e Máquinas de 1963-1967, iniciou no dia 12 as comemorações do seu 40º aniversário com uma reunião de confraternização no Alentejo. Um autocarro completo vindo de Lisboa e outros em viatura própria encontraram-se junto à porta central do Castelo de Vila Viçosa para uma visita ao Museu da Caça e das Armas sito no interior do Castelo, antigo Paço Ducal. Após esta visita ao magnífico conteúdo e espaço do museu, pouco conhecido mas digno de uma visita com olhar atento, a caravana dirigiu-se para o Hotel Rural Valmonte, em Borba, no interior duma quinta de vinhas e pomares, onde estava marcado o almoço para celebrar "à saúde da malta do IIL" com vinho de produção local e "cantar os parabens" com bolo e champanhe.



DO GRUPO DOS SEMPRE PRESENTES SÃO ESTES OS ORGANIZADORES




A história desta reúnião seria banal caso tivesse sido convocada apenas sob o pretexto de festejar agora o 40º aniversário da conclusão do Curso de Electrotécnia e Máquinas do IIL. Contudo a história deste Curso é uma longa narrativa com episódios certos de 6 em 6 meses a partir de Novembro de 1967. Atravessou o salazarismo, o marcelismo, Abril revolucionário, o prec, o democraticismo, 7 presidentes da Répública, dezenas de governos, estados de crise e de bonança e continua. Já atravessou a morte de muitos colegas do casarão da Buenos Aires e mantem-se de pé.














Desde Novembro de 1967, data da 1ª confraternização, ficou estabelecido que iriamos comemorar o Curso todos os seis meses e assim tem sido sem uma única falha ao longo de 40 anos. Também outra deliberação tomada desde o início tem sido mantida sem mudança, apesar de algumas tentativas de subverter o espírito do convívio, que é o facto das confraternizações serem mesmo "De Curso" e não de tipo familiar. Assim, semestralmente, reúnem-se sem acompanhantes, apenas os finalistas. E como em 1967 ainda não havia mulheres em Electrotécnia e Máquinas, as confraternizações estão apenas reservadas a homens.









Quarenta anos duas vezes ao ano
subimos o palco e abrimos o pano
do teatro de sonhos mortos
que a luta diária mano a mano
levou uns atrás dos outros
ao tapete e todos os nossos mares
de sonhos tombaram dos ares
ao chão às cambalhotas
sem pára-quedas, são cadáveres
podres em tempo de arrumar botas.

Valhem-nos as memórias deles,
as lutas que travámos, as peles
que trocámos, as mãos postas
no fogo, as submissões reles
que suportámos, o curvar costas,
as máscaras na cara sem vergonha,
e tudo porque um homen sonha
sempre, tropeça e se alevanta,
brinda à amizade, e um dia a ronha
negra nos invade de eterna noite santa.

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