sexta-feira, junho 01, 2007

MARAFAÇÕES XXIV

MOMENTOS "PÚBLICO"

Do diário "Público" de hoje podem retirar-se vários momentos de escrita solta mas que estão intimamente ligados:
1. Na pág. 4 lê-se, a abrir o artigo sobre computadores que o governo quer facilitar a obtenção pode ler-se; "O governo diz ter recuperado uma antiga obrigação dos operadores de telecomunicações , não cumprida, para financiar...", a tal facilitação de computadores e acesso a banda larga a agregados familiares de baixo rendimento. Depois mais à frente repete essa obrigação das operadoras de comunicações móveis, esquecida e não aproveitada pelo Estado, para; " ...justificar a medida com o facto de 57% das famílias portuguesas ainda não terem computador ou ligação a banda larga".
2. Na pág. 41 referente à Economia, meio disfarçada, e relativamente à mal digerida derrota na opa da pt, dá notícia que; "... Paulo Azevedo diz ter acreditado que poderia resolver ineficiências, problemas de corrupção e sustentabilidade que existiam na operadora e que teria, por isso, o apoio do governo, mas não foi isso que aconteceu, lamentou".
3. Na pág.46 em editorial o putativo director(léxico abundante e abusivamente utilizado pelo jornal ultimamente), depois de considerações para se justificar, diz; "É por isso um disparate sem nome nem medida...", e, " Será dinheiro de outros(as empresas de telecomunicações) lançado à rua, sem garantis de retorno".Pelo meio acha que os verdadeiros beneficiários desta operação serão; "...os que operam os contentores que rápidamente levarão os equipamentos para fora do país ou, então, os que os puserem à venda numa feira de beira de estrada". E em vez do Estado se lamentar de muitos ainda não terem net: "... devia era estar calado e tratar de garantir, por exemplo, que o acesso à banda larga diminuia para todos e não para uns felizardos que não a vão utilizar", e não; "...substituir-se às escolhas dos cidadãos, enfiando-les tecnologia pela goela abaixo e, ao mesmo tempo, penalizando as empresas que inovam". E remata o vidente director; "...que este é um disparate caro que, como medida, como método de actuação e como discurso populista, só tem um nome, bem cunhado por Pacheco Pereira: é um exemplar «momento Chávez» do pior de Sócrates no seu apogeu".
Este momento de adivinhação de JMF não tem nada a ver com as lamentações do seu patrão PA acerca da opa sobre a pt, nada absolutamente, vêm directamente dos deuses que segredam o futuro, tim-tim-por-tim-tim, oracularmente ao eleito director do Público e, tão minuciosamente que já sabe que os computadores vão aparecer em feiras de beira de estrada. Espantoso, porém, podem os deuses, que não têm deveres a patrões, ter motivações e objectivos para fazerem JMF pensar uma coisa e ser outra como já fizeram no caso da guerra do Iraque. Também aqui gastou páginas e páginas do jornal para justificar o seu apoio à invasão e agora está calado. E faz bem porque calado tem sempre mais hipóteses de acertar.

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