sexta-feira, dezembro 07, 2007

TEATRO


O Grupo de teatro TE-ATRITO que estivera ensaiando aqui nos Gorjões a peça "O Retábulo das Maravilhas" escrito sobre um texto de Cervantes pelo não alinhado Jaques Prévert(1900-1977), esteve ontem à noite no auditórioo da Universidade do Algarve, campus de Gambelas, representando em sala adequada e perante numeroso público a referida peça.
Agora, num palco com todas as condições visuais, movimentação dos actores, sonoras e de iluminação a peça ganhou outra densidade. Embora o autor seja um dos principais cultores do "Teatro do Absurdo", nesta peça a linguagem simples e precisa, não palavrosa, sem palavras a mais nem a menos e apropriadas, vai tecendo o enredo com rigor e tornando clara e perceptível o significado comum das palavras e da encenação representada. Também esta recorreu a meios simplicíssimos de encenação, um único elemento sobre o palco formando um biombo que simultaneamente era a tela(retábulo) onde se representavam as maravilhas do mundo. Igualmente os actores vestidos com roupas em pele de cortiça constituiram em si mesmo uma encenação bem a propósito em relação com os papéis que representavam.
Como diz o texto de apresentação da peça "os textos do autor não visam apenas o entretenimento mas, através da ironia e do humor, ridicularizam aquelas injustiças e procedimentos institucionais que todos reconhecem mas que poucos se atrevem a denunciar - e são de uma actualidade evidente"
E são mesmo, e a representação do Te-Atrito envivece mais ainda essa evidência.

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