M.SOARES & F.ALVES
Depositava fundadas esperânças no programa televisivo de Ferreira Alves com Mário Soares iniciado agora na RTP1, dado a reconhecida competência de ambos participantes. Foi, contudo, quase decepcionante e muito por culpa do modelo televisivo adoptado. O assunto da conversa anda aos saltinhos para cá e para lá ao ritmo dos saltinhos das deslocações de local para local. No final fica-nos na memória uma colagem de imagens soltas, pouco conexas, uma espécie de manta de retalhos sem consistência de visão de conjunto.
Penso que, dada a grande vivência política, social e cultural de MS, seria de todo muito mais interessante que cada programa se dedicasse a um assunto específico, explorasse um tipo definido de vivência e nesta explorasse todas as facetas interessantes vividas no seu interior. Este 1º capítulo centrou-se sobretudo na vivência de MS como residente-resistente político exilado em Paris, pois o programa deveria, mesmo com a leveza narrativa-televisiva de rua adoptada, focar-se nessa localização-situação evitando o brusco saltitar que provoca desfocagem no espectador. E material interessante para relatar, apenas deste seu passo de vida, deve ser mato na cabeça de MS, basta lembrar-lhe os factos e deixá-lo falar.
Outra fragilidade deste capítulo são a leveza dos assuntos tratados, com pouca ligação ao animal político que foi e é MS. Esperamos sempre desta figura que, como disse, prefere pensar e olhar o futuro sobretudo, e como tal sempre pertinente e controversa, nos fale da sua vida como uma luta permanente pela liberdade e democracia em Portugal. Ora, embora o facto da sua estadia em Paris fosse decorrente dessa luta política, quem o desconhece ficou na mesma. Ficamos com a sensação de que se está a falar de fait-divers. Muito pouco para as minhas expectativas.
Penso que, dada a grande vivência política, social e cultural de MS, seria de todo muito mais interessante que cada programa se dedicasse a um assunto específico, explorasse um tipo definido de vivência e nesta explorasse todas as facetas interessantes vividas no seu interior. Este 1º capítulo centrou-se sobretudo na vivência de MS como residente-resistente político exilado em Paris, pois o programa deveria, mesmo com a leveza narrativa-televisiva de rua adoptada, focar-se nessa localização-situação evitando o brusco saltitar que provoca desfocagem no espectador. E material interessante para relatar, apenas deste seu passo de vida, deve ser mato na cabeça de MS, basta lembrar-lhe os factos e deixá-lo falar.
Outra fragilidade deste capítulo são a leveza dos assuntos tratados, com pouca ligação ao animal político que foi e é MS. Esperamos sempre desta figura que, como disse, prefere pensar e olhar o futuro sobretudo, e como tal sempre pertinente e controversa, nos fale da sua vida como uma luta permanente pela liberdade e democracia em Portugal. Ora, embora o facto da sua estadia em Paris fosse decorrente dessa luta política, quem o desconhece ficou na mesma. Ficamos com a sensação de que se está a falar de fait-divers. Muito pouco para as minhas expectativas.
Etiquetas: televisão
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