quinta-feira, maio 28, 2009

CRIANÇAS, PAIS ADOPTIVOS E COMUNICAÇÃO ÃO, ÃO, ÃO.


AGORA ALEXANDRA
A desenvergonhada pornografia da exploração dos sentimentos coitadinhos da população culturalmente analfabeta continua despudoradamente. Os media, e a televisão em especial, exploram folhetinescamente, tal qual como usam as choramingonas dramalhices telenovelescas, os casos de crianças que surgem neste país em série. Os charoposos melodramas de telenovela servidos aos portugueses em doses maçiças diariamente, criaram-lhe uma mentalidade sentimentalona à flor da pele, uma sentimentalidade fingida à flor da câmara de tv, apelidada de: "pais afectivos". Um dia destes ainda vamos assistir a um qualquer casal prenho de afectividade, reclamar na rua para sí a paternidade de uma criança que esteja a levar uns açoites dos pais, por birra insolente, reclamando a superioridade do seu afecto repentista face aos pais, indignos brutamontes.

Foi o caso "Casa Pia", que provavelmente ainda vai provar que os "meninos" eram mais sabidos e exploravam mais espertamente os adultos pedófilos que o contrário, e de certeza exploraram malévola e calculadamente os educadores pedopsiquiatras, beatos e beatas pias: "pais afectivos" de serviço a todas as vontadinhas e fretes aos meninos.

Foi o caso "Madie", de início com todo o país local e televisivo a choramingar representando o papel de "pais afectivos" em comunhão com os pais biológicos. Depois, face ao inesperado de serem acusados de culpados os próprios pais turistas descuidados, com a mesma intensidade "afectiva", alimentam uma repulsão vingativa e agora nem sequer querem ver os pais por cá: não conseguem confrontar-se com a sua própria afectividade ingénua, irracional e ou ignorante.

Foi o caso "Esmeralda", psiquiatra e comunicacionalmente transformando os "pais afectivos" em verdadeiros pais e os "pais biológicos" em pais desnaturados. Uma afectividade comprada a troco de satisfazer desejos e vontadinhas à criança, imitando o estilo dominante educativo de pais e avós actuais, a quem tais crianças já adultos e perante dificuldades e impossibilidades, quando tudo antes era possível e fácil obter, acusam os progenitores de culpados do seu insucesso: e tal como no caso Madie, a cumplicidade de afecto mal-sã na infância, torna-se repulsa e revolta. No caso "Esmeralda" a própria criança, tratada finalmente como pessoa e não como boneca de enfeitar sentimentos alheios, libertou-se quer da afectividade piegas quer da exploração mediática, contudo a afectividade adoptiva continua a explorar o filão que o caso lhes abriu: livros, entrevistas, convites tv, notabilidade e até o sargento que não abria a boca já fala sem respirar, mais rápido que o pensamento, quase uma imitação perfeita da Ana Drago na Assembleia.

Agora temos o caso "Alexandra" e tudo vai pelo mesmo caminho: não aprendemos nada com os desgraçados casos anteriores, uma tristeza. A mãe pode ter sido ou ser o que dizem que foi, mas é a Mãe e tem uma família na Rússia. A Mãe que durante nove meses alimentou a filha dentro de si, criando um vínculo de sangue inultrapassável por quaquer afectividade postiça: jamais qualquer mãe afectiva pode amar mais uma criança que a Mãe geracional. E, porra, não compreendem que estamos perante duas culturas, dois modos de encarar a educação de uma criança: a russa que vê na maneira portuguesa uma educação de meninos mimados e birrentos quais ditadorzinhos e opressores de pais e avós, e a portuguesa que vê nos açoites, e pobreza da casa da família russa, uma superioridade moral e civilizacional face a emigrantes.

Os portugueses têm um ditado popular que é todo um programa para educar crianças; "de pequenino é que se torce o pepino", mas ao contrário dos russos, deixam que o pepino torça o adulto desde pequenino. Comigo nunca, nenhum.

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