ORIGEM DO POVO DE GORJÕES I
HÁ 5000 ANOS
Segundo o notável trabalho de campo e pesquisa documental coordenada pelos Professores do Departamento de História, Arqueologia e Património da Universidade do Algarve, João Pedro Bernardes e Luis Filipe Oliveira, para a compilação e edição da Monografia de Santa Bárbara de Nexe, em boa hora encomendada pela Junta de Freguesia em 2004 e concluida em 2006, numa visita de investigação à gruta do Cerro do Algarão (que nós aqui chamamos de Cerro do Algueirão), encontraram lâminas de silex (pedra) do período de transição do Neolítico (6000 anos aC a 3000 aC) para o Calcolítico (3000 anos aC).
Já em 1987 - 1988, uma investigação detalhada ao local do Cerro do Algarão feita pelo arqueólogo Professor norte-americano L. G. Straus, haviam sido descobertas ossadas humanas, fragmentos de vasos de cerâmica, utensílios de pedra (silex) e uma mó do período Neolítico.
Estas descobertas arqueológicas confirmam a existência de uma comunidade vivendo da caça, da pastorícia e da agricultura. Esta fazia-se nas terras baixas deflorestadas pelos próprios para o efeito, a pastorícia nas terras altas ao redor da gruta que srvia de abrigo e habitação da comunidade.
Também no alto do Cerro da Mina, aqui nos Gorjões, ainda existe uma abertura, reminiscência de uma gruta que no meu tempo de "moço-pequeno" (anos 40 do Séc. XX), ainda tinha várias entradas e espaços largos interiores interligados onde nós brincávamos às "escondidas" enfiando por buracos estreitos que ligavam grutas entre sí. Alguns desses buracos-corredores escavados dirigian-se para o fundo do subsolo, nos quais tinhamos medo de penetrar e avançar, pois não tinham saída.
Já nesse tempo de meados do Século passado, a erosão climática fizera o seu trabalho demolidor da evidência dos fins destinatários primitivos daquelas grutas, e o povo limitou-se a tomá-las como mina e daí, desde os avós dos nossos avós, dar-lhe o nome e designação de Cerro da Mina.
Dada a proximidade, entre Cerro do Algarão e Cerro da Mina, pois são contíguos e à vista directa un do outro separados pelo vale da Goldra, tudo indica que também o Algarão do Cerro da Mina constituiu a localização e habitação de um povoado do mesmo período do Neolítico.
Porventura, teriam sido filhos descendentes do povoado do Cerro do Algarão, quando face ao crescimento deste começou a faltar terra e pastagem para todos, a deslocar-se e instalar-se no Cerro da Mina, local já certamente conhecido e frequentado e considerado como óptimo para estabelecer e fundar novo povoado, senhor de novas terras ricas para cultivo e pastoreio, tendo em atenção as terras planas que se estandiam frente à encosta norte.
O Cerro da Mina era de facto ideal, pois era de pouca altura, com declives suaves e isolado dos demais, tinha comunicação à vista com o povoado patriarca e sobretudo havia uma extensa área plana a Norte, boa para a cultura de cereais. As gentes primitivas deste povoado terão feito a deflorestação das baixas planas da actual Caramujeira, transformando-as em terrenos férteis para cereais tal como ainda foram até meados do Século passado.
Tais realidades permitem saber com segurança que estas terras eram habitadas e exploradas por comunidades humanas aqui radicadas há mais de 5000 anos.
(continua)
Já em 1987 - 1988, uma investigação detalhada ao local do Cerro do Algarão feita pelo arqueólogo Professor norte-americano L. G. Straus, haviam sido descobertas ossadas humanas, fragmentos de vasos de cerâmica, utensílios de pedra (silex) e uma mó do período Neolítico.
Estas descobertas arqueológicas confirmam a existência de uma comunidade vivendo da caça, da pastorícia e da agricultura. Esta fazia-se nas terras baixas deflorestadas pelos próprios para o efeito, a pastorícia nas terras altas ao redor da gruta que srvia de abrigo e habitação da comunidade.
Também no alto do Cerro da Mina, aqui nos Gorjões, ainda existe uma abertura, reminiscência de uma gruta que no meu tempo de "moço-pequeno" (anos 40 do Séc. XX), ainda tinha várias entradas e espaços largos interiores interligados onde nós brincávamos às "escondidas" enfiando por buracos estreitos que ligavam grutas entre sí. Alguns desses buracos-corredores escavados dirigian-se para o fundo do subsolo, nos quais tinhamos medo de penetrar e avançar, pois não tinham saída.
Já nesse tempo de meados do Século passado, a erosão climática fizera o seu trabalho demolidor da evidência dos fins destinatários primitivos daquelas grutas, e o povo limitou-se a tomá-las como mina e daí, desde os avós dos nossos avós, dar-lhe o nome e designação de Cerro da Mina.
Dada a proximidade, entre Cerro do Algarão e Cerro da Mina, pois são contíguos e à vista directa un do outro separados pelo vale da Goldra, tudo indica que também o Algarão do Cerro da Mina constituiu a localização e habitação de um povoado do mesmo período do Neolítico.
Porventura, teriam sido filhos descendentes do povoado do Cerro do Algarão, quando face ao crescimento deste começou a faltar terra e pastagem para todos, a deslocar-se e instalar-se no Cerro da Mina, local já certamente conhecido e frequentado e considerado como óptimo para estabelecer e fundar novo povoado, senhor de novas terras ricas para cultivo e pastoreio, tendo em atenção as terras planas que se estandiam frente à encosta norte.
O Cerro da Mina era de facto ideal, pois era de pouca altura, com declives suaves e isolado dos demais, tinha comunicação à vista com o povoado patriarca e sobretudo havia uma extensa área plana a Norte, boa para a cultura de cereais. As gentes primitivas deste povoado terão feito a deflorestação das baixas planas da actual Caramujeira, transformando-as em terrenos férteis para cereais tal como ainda foram até meados do Século passado.
Tais realidades permitem saber com segurança que estas terras eram habitadas e exploradas por comunidades humanas aqui radicadas há mais de 5000 anos.
(continua)
Etiquetas: gorjões
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