quarta-feira, dezembro 08, 2010

PARECERES, COMENTARISTAS.

OS PORTUGUESES SABEM MAIS E JÁ NÃO SE DEIXAM ENGANAR

Tem vindo a lume que comentadores desportivos de TV auferem por tal serviço, de entre dois mil e cinco mil euros mensais. Também se sabe que políticos no activo são comentadores a dois mil euros/mês e certamente, outros que fingem-se desactivados, terão cheques bem mais gordos.
Talvez, por imitação de alguns árbitros que apitam penalties por compensação, o Rui Moreira voltou a ser chamado, agora como comentador político. E se cada vez são mais os comentadoeres desportivos que metem, pelo meio da bolagogia, buchas políticas de cariz descaradamente partidárias, porque razão o R. Moreira não havia de nos vir descrever causas e consequências dos acontecimentos passados, que é a sua especialidade?
Mas o real motivo que preocupa a minha ideia é o facto de esses mesmos comentadores, hoje em dia terem sempre na boca, como saliva do dia, uma feroz crítica ao despezismo do Estado com a contratação de "pareceres" fora do mesmo Estado. A questão é: porque não se lembram de usar de igual critério com as tv que os contratam? Também aqui podemos comentar, tal como esses comentadores relativamente ao Estado, se nas redacções douradas das tv não existem jornalistas capazes de comentar notícias da política ou da bola, quando são, precisamente, especializados nessas matérias. E até são bem pagos nas redacções por serem bons especialistas.
Mas, claro que se o especialista criar um programa e chamar os amigos para democratizar a mesa da assembleia opinativa, logo obterá o ar de "chefe" com o seu poderzinho de contratação próprio.
Não é por acaso que os nossos olhos estão dirigidos para fora e topam fácilmente tudo o que nos é exterior, e o nosso pensamento existencial se ocupa sobretudo da vidinha própria.

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