terça-feira, setembro 13, 2011

TV DE FIGURANTES

RICARDO PAULA(do Hoje há Conquilhas)
Em tempo de austeridade que raio de tv foi fazer para NY o grande romancista-locutor-actor-fingidor, j.r. dos santos? Para informar os portugueses sobre as notícias que os americanos transmitiam para o mundo acerca do 11 Setembro? Para fazer o espectáculo habitual e já abusivamente costumeiro e ridículo de se colocar frente ou sobre o local do evento e relatar, futebolisticamente, o que estamos vendo ou inventando histórias sobre o que não vemos e não percebemos do que fala?
Ao vazio de jornalismo sem opinião e mensagem própria que relacione os factos e nos faça perceber o passado e deste tirar ideias que nos façam entender a cerimónia face ao futuro possível, os nossos jornalistas atacam a matéria noticiosa como um relato de futebol: encenando emoções através do rosto, dramatizando pela fala e trejeitos a notícia, exibindo-se como actores quando não passam de figurantes.
Já era assim quando Judite, cara de pássaro, se exibia no Paquistão num sermão frente às montanhas, "aquelas alí em frente para lá das quais estão os talibãs, estão a ver?" Depois a escola continuou com as reportagens de guerra feita dos altos dos hotéis previamente "preservados " dos ataques. Recentemente o daniel vice-director fala-barato à velocidade da luz, foi para o Japão com a mesma táctica e foi um flop completo: os japoneses não lhe ligavam pívia e ele alcandorado em cima das ruinas da catástrofe a tentar fazer render a desgraça alheia. Teve de meter as câmaras no saco e voltar a sete pés. Antes tinha havido a aplicação da mesma receita vergonhosa sobre os escombros, mortos e desaparecidos na Madeira.
Neste tempo de misérias a tv pode dar-se ao luxo de montar tenda para fazer um telejornal a partir de NY com uma equipa completa e ajudantes, só para dar-se ares de grande reportagem?
Meus caros, se querem passear-se por NY façam-no mas não nos queiram fazer passar por parvos.

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