domingo, agosto 24, 2014

QUARTEIRA, TU NÃO MERECIAS.


 
Não foste tu Quarteira, nem gente de cá,
foi um xoxo que veio de Massamá
de massa má chefe de assaltantes
de potes de massa boa, a nossa,
que trouxeram camiões de figurantes
de povo para moldura dos brilhantes
figurões do gang, mentirosos de grossa
calibragem, vindos de tuas bandas rica
quinta do lago, vila moura e vale
de lobos, de figura não lobos tal qual
mas lobos de mente que nos trompica.

 
Esses não são como tu, mouro de mar,
mas de vila moura com moradia de morar
e iate na marina, não como tu patrão
de lago do porto de pesca mas de frotas
globais, não estatudo de gaivotas
como tu mas de lobo de vales de lobos, papão
papa ingénuos, não como tu pescador
filho e pai de pescador mas o vilão
do lago com quinta e visto gold de esticão.

 
Viu e ouviu Quarteira, não os pescadores
nem turistas a banhos de falas e sotaques
do mundo, alheios a elites de almanaques
bordas d'água mestres facilitadores
de trocas e baldrocas por potes de amores
ao pote, altar dos adoradores de saques
imateriais que com um assalto por clic
roubam milhões para esconsos off-shores 
e contas suas e o povo que se trompique.
 

Tu viste e ouviste Quarteira, velha aldeia
de nobres pescadores artesanais
de caiadas casas com hortejos em quintais
suplemento do que o mar semeia,
o xoxo total anunciar um país novo de farta
riqueza, tanta ou mais como areia
tens na praia, ondas e espuma nos areais, 
como ética há nos botas e presidenciais
honestidades, como verdade há no burlão
falsário que usa a lei como roubo por esticão.


 Quarteira foi envolvida de pontal, e suas nobres gentes
não mereciam ser cobaia de tal xoxo violador de mentes.

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