AS GUERRAS DE JOAQUIM FURTADO V
5º EPISÓDIO
Mais uma bela peça jornalística montada na perfeição para, duma maneira escorreita sem levantar ondas, tratar do racismo à portuguesa. Pelos depoimentos verbais recordados de forma coloquial pelos intervenientes dos dois lados se vai compreendendo como os portugueses não são capazes de encarar com rigor intelectual uma actitude, neste caso uma actitude com forma e conteúdo social verdadeiramente racista. Portugal nunca teve uma sociedade superiormente educada e elevada para ter qualquer veleidade de impôr comportamentos rígidos espartanos baseados em qualquer utopia social. Fomos para Angola como já tinhamos ido para o mar, à descoberta. Ou pior ainda, para cumprir castigos de condenações, tal como aconteceu a muitos dos fazendeiros que fizeram, à força de braço, da sua lavra uma pequena ou média roça de café, ao mesmo tempo que espalhavam mulatinhos pelo acampamento de contratados.
O branco do Puto, muitas vezes foi para o mato viver junto e do mesmo modo que os nativos, era intelectualmente tão emancipado quanto os pretos e tão racista quanto era cá nas sua aldeia entre componeses pobres e maltratados. Neste episódio está claro que o colono não fazia a mínima idéia do que ia enfrentar quanto mais ter idéias sobre racismo. Ele era colocado na colónia e só depois se apercebia que o branco tinha enormes vantagens legais sobre os pretos por que a lei lhe conferia direitos especiais pelo facto de ser branco. Exercia esse poder de superioridade que a lei lhe consignava também por obrigação social imposta pela elite colonial instalada e dominante. Metido na situação de uma superioridade oferecida aproveitava-se dela como bom exemplar de portuguesismo que era.
O racismo não era um conceito ou uma forma de pensar dos pobres colonos degredados para as colónias mas sim um pensamento base óptimo para estabelecer uma organização social totalmente dominante cuja cabeça estava no governo de Lisboa e que servia os seus apaniguados interesseiros do café, algodão e açucar angolanos e outras plantações altamente rentáveis com mão de obra escrava. Ainda hoje os impositores e beneficiários das leis racistas choram a perda de tal abundância ainda por cima quando já cheirava a petrolífero ouro negro.
O branco do Puto, muitas vezes foi para o mato viver junto e do mesmo modo que os nativos, era intelectualmente tão emancipado quanto os pretos e tão racista quanto era cá nas sua aldeia entre componeses pobres e maltratados. Neste episódio está claro que o colono não fazia a mínima idéia do que ia enfrentar quanto mais ter idéias sobre racismo. Ele era colocado na colónia e só depois se apercebia que o branco tinha enormes vantagens legais sobre os pretos por que a lei lhe conferia direitos especiais pelo facto de ser branco. Exercia esse poder de superioridade que a lei lhe consignava também por obrigação social imposta pela elite colonial instalada e dominante. Metido na situação de uma superioridade oferecida aproveitava-se dela como bom exemplar de portuguesismo que era.
O racismo não era um conceito ou uma forma de pensar dos pobres colonos degredados para as colónias mas sim um pensamento base óptimo para estabelecer uma organização social totalmente dominante cuja cabeça estava no governo de Lisboa e que servia os seus apaniguados interesseiros do café, algodão e açucar angolanos e outras plantações altamente rentáveis com mão de obra escrava. Ainda hoje os impositores e beneficiários das leis racistas choram a perda de tal abundância ainda por cima quando já cheirava a petrolífero ouro negro.
Etiquetas: guerra colonial
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