segunda-feira, fevereiro 11, 2008

CARÁCTERES


1. CARÁCTER I

São José Almeida, jornalista do "Publico" que semanalmente comenta assuntos já comentados por todos comentadores profissionais, amadores, jornais, blogs, e mesa de café, sem acrescentar pinga de originalidade, resume e rediz a semanada anti-PM do seu jornal, dia 9, e remata: " Em Democracia, há lei, mas há também ética. E os políticos, além de terem de obedecer à lei, são avaliados também pelo seu carácter. Através dos jornais".
Portanto há uma ética e carácter dos políticos que são avaliados pelos jornais. Se se perguntar quem avalia a ética e o carácter dos jornais e jornalistas a resposta é sempre uma resposta comercial do tipo: "Os leitores através da sua aceitação medida pelas vendas do jornal", ou coisa parecida. Segundo a douta jornalista em Democracia quem avalia ética e moralmente os jornais são os leitores, logo o povo, mas a avaliação ética e moral dos políticos são os jornais e não o povo. O jornal é a entidade a quem foi outorgada uma espécie de autoridade natural para mediar, vigiar, avaliar e classificar a carreira ética e moral dos políticos perante os cidadãos. O cidadão, por si e pela sua cabeça não é capaz de avaliar e julgar a acção ética e moral e consequentemente a acção política dos políticos. Se o cidadão elege políticos contra a pureza ética e moral opinativa dos jornais é por estultícia ou falta de leitura jornalística, e cometeu erro crasso. Portanto o que o povo elegeu e elevou à governação pelo voto, os jornais têm o dever ético e moral de derrubar segundo a ética e moral dos jornalistas da linha justa. Esta parece ser a missão trancendental de que está incumbido o jornalismo portugês que grassa actualmente.
Esta é a conclusão lógica a retirar do comentário de SJA.

Pelo meio a senhora jornalista discorre sobre o "fascinante" processo eleitoral nos EUA e o "fascinante " envolvimento dos eleitores nesse processo para concluir que grande parte dessa fascinação se deve ao jornalismo local que representa a consciência crítica da sociedade.
a) Pode ser fascinante mas permitiu que Bush fosse eleito com menos votos que o seu adversário e por meios pouco claros e democráticos na Flórida. b) O envolvimento do povo visto por SJA não será aquele que nós vemos pelas televisões? Não será que quem se deixa envolver fascinada pela festa hollyoodesca televisiva é SJA e não o povo americano? Por acaso ela vê naquelas engalanadas reuniões partidárias estudadas ao milímetro para efeitos televisivos, os 250 milhões de americanos? Estão lá os milhões de hispânicos, de pretos, de chinos, de judeus, de italo-americanos e de muitas outras origens de que é composto o povo americano? Não me parece e o que se vê nas imagens televisivas são os "do meio" do candidato tal como em todas as eleições onde quer que as haja e que vão à procura das sobras e migalhas.

Para ilustrar a bondade do jornalismo americano refere o caso de sexo entre Clinton e a menina Lewinsky e embrulha-se a falar de pénis torto ou direito para apurar verdades. Minha senhora o problema grave foi o facto de Clinton mentir sob juramento o que contituiu perjúrio face à lei americana e daí todo o consequente atabalhoamento do presidente face ao ataque político républicano directo ou disfarçado de jornalismo.
Aquando da primeira eleição de Bush os jornais debateram o seu anterior alcoolismo e a sua escorregadia passagem pela tropa para fujir à guerra. Discutiram tudo e bem ao pormenor sob todos os aspectos da ética, da moral e da capacidade política para o cargo e depois acabaram por elegê-lo. Fizeram a discussão certa na altura certa e depois acabou, aceitaram-no como presidente e apoiaram-no maioritáriamente até na aventura do Iraque. O jornalismo americano, eleito o presidente, não andou mais a vasculhar o passado da pessoa presidencial para descobrir comportamentos de carácter de juventude e homem comum para atacar a pessoa em cargos políticos décadas depois.

2. CARÁCTER II

Muita gente dos jornais e da blogosfera considera que as reportagens do "Público" sobre o passado afastado ou mais recente do PM são peças jornalísticas sérias e exemplo de jornalismo de investigação. Vistos individual e isoladamente e sob o aspecto deontológico do jornalista e dos factos até podem conduzir a esse entendimento. Contudo, vistos no contexto da publicação diária do "Público" desde há vários meses, torna-se evidente a tentativa deliberada de desacreditar a pessoa do PM: são títulos, fotos, legendas de fotos, editoriais sucessivos, setas para baixo, páginas e páginas diárias de notícias ou artigos sobre maldades ou ineficiências do governo. E mesmo se alguma actuação governamentel merece algum crédito logo vem um editorial esclarecer que se trata de um engano que o futuro nos vai fazer pagar caro. Foi célebre o editorial que previa de caras que os computadores distribuidos pelo governo iriam aparecer à venda nas bermas das estradas de Portugal. Caro JMF se já comprou algum na beira de estrada avise o povo portugês interessado em computadores saloios.
A jornalista do "Público" avisa que para além da avaliação pela lei e pela ética existe também a avaliação pelo carácter. Para bom entendedor o aviso sobre a avaliação pelo carácter, vindo do mesmo jornal que diáriamente ataca a soberba, a arrogância, a insubstância, a propaganda, o joging, o riso, a sizudez, o teleponto, a gravata e a escolaridade do PM, e agora a provinciana arquitectura de "engenheiro técnico" para emigrantes de há dus décadas atrás, é um claro sintoma de que o jornal se auto-investiu na missão de derrubar o PM e concomitantemente o governo eleito por voto secreto dos portugêses. E para isso chafurdam no passado da pessoa e basta-lhes pequenas irregularidades éticas inerentes à nossa cultura comum para, juntando-lhe o efeito telescópio, obstinadamente e a todo o custo tentarem apear do cavalo do poder o PM .
Os romanos expunham as cabeças dos adversários, os índios expunham os escalpes dos brancos, os pistoleiros expunham um risco na coronha da pistola por cada bandido abatido. O "Público" ainda acaba expondo o povo português de novo à brilhante substância e carácter dos fugitivos em proveito próprio, dos despedidos por falta de qualidade, dos maratonistas despachadores, que nos governaram anteriormente.



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