MARAFAÇÕES XLIII
1. - SAÚDE À LA CARTE E À BORLA
Tem graça ouvir o coro nacional cacarejando que as mudanças na saúde tem um carácter economicista e que isso é inadmissível. São as mesmas pessoas que permanentemente acusam o Estado de gastar os recursos escassos do país, em grandes e muitos carros, em viagens (passeatas), com os políticos (pagos por nós, dizem a bater no peito), etc., etc. Basta pensar nas Scuts que não podem ser à borla porque beneficiam determinadas regiões e quem paga somos todos, por isso é uma imoralidade para mais num país pobre sem recursos para tudo, etc., etc.
Em quase tudo o que o Estado quer fazer exige-se que o faça utilizando bem o dinheiro público. Veja-se o recente caso Ota-Alcochete em que o grande argumento eram as abissais diferenças de custo que todos nós teriamos de pagar a mais, até houve quem fizesse essas contas de quanto cada português pagaria a mais para nos impressionar e dar, mais uma vez, a oportunidade ao pacóvio de bater no peito e dizer, " com o meu dinheirinho nunca".
Ora com a saúde tudo muda de pernas para o ar. Aqui o Estado tem de manter maternidades deficientes e urgências rascas, que no estádio actual da prestação de serviços de saúde só servem para perder tempo, à porta de cada povoação para dar companhia às populações locais. No caso da saúde o que o Estado gasta mal nesses casos faz-se crer aos papalvos que não é pago com o dinheiro de todos.
A demagogia política e tablóide é tanta que já hoje muita gente julga que um familiar não só não deve como não pode morrer numa ambulância, no Inem, num centro de saúde ou num hospital. Mesmo perante uma morte óbvia, pela doênça e velhice, logo algum familiar vem responsabilizar e acusar o médico ou o hospital de erro e como tal culpado: como pode uma pessoa morrer às mãos de médicos e tâo grande parafernália de sofisticada aparelhagem? Não pode, só por negligência ou erro humano, pensa o utente completamente programado pelas falsas idéias inculcadas a martelo na cabeça.
A continuar nesta via, além de corredores atulhados de doentes em macas, virá o tempo em que os hospitais estarão a abarrotar de doentes terminais ligados às máquinas de manter mortos-vivos, por medo e à ordem de familiares.
Em quase tudo o que o Estado quer fazer exige-se que o faça utilizando bem o dinheiro público. Veja-se o recente caso Ota-Alcochete em que o grande argumento eram as abissais diferenças de custo que todos nós teriamos de pagar a mais, até houve quem fizesse essas contas de quanto cada português pagaria a mais para nos impressionar e dar, mais uma vez, a oportunidade ao pacóvio de bater no peito e dizer, " com o meu dinheirinho nunca".
Ora com a saúde tudo muda de pernas para o ar. Aqui o Estado tem de manter maternidades deficientes e urgências rascas, que no estádio actual da prestação de serviços de saúde só servem para perder tempo, à porta de cada povoação para dar companhia às populações locais. No caso da saúde o que o Estado gasta mal nesses casos faz-se crer aos papalvos que não é pago com o dinheiro de todos.
A demagogia política e tablóide é tanta que já hoje muita gente julga que um familiar não só não deve como não pode morrer numa ambulância, no Inem, num centro de saúde ou num hospital. Mesmo perante uma morte óbvia, pela doênça e velhice, logo algum familiar vem responsabilizar e acusar o médico ou o hospital de erro e como tal culpado: como pode uma pessoa morrer às mãos de médicos e tâo grande parafernália de sofisticada aparelhagem? Não pode, só por negligência ou erro humano, pensa o utente completamente programado pelas falsas idéias inculcadas a martelo na cabeça.
A continuar nesta via, além de corredores atulhados de doentes em macas, virá o tempo em que os hospitais estarão a abarrotar de doentes terminais ligados às máquinas de manter mortos-vivos, por medo e à ordem de familiares.
2. - JUSTIÇA À LA CARTE DA BOLSA
Aquilo que todos sentimos e dizemos no café veio, finalmente, dizer alguém com o peso do bastonário dos advogados. Que a justiça é forte com os fracos e fraca com os fortes e exemplifica com o facto das prisões estarem a abarrotar de gente desgraçada que teve o azar de cometer um crime de pequeno montante. Quanto aos crimes de desvios milionários, negócios chorudos de tráfico de influências políticas, fortunas acumuladas em pouco tempo em empregos políticos, falcatruas de facturas falsas e fuga ao fisco de grandes empresas, compras e trocas de terrenos não urbanizáveis que de repente passam a urbanizáveis, etc., etc., defendidos a peso de ouro por influentes escritórios de advogados, perdem-se entre tribunais até ao esquecimento e arquivamento por prescrição.
Os senhores juizes do alto dos seus inacessíveis gabinetes todo-poderosos sem dar contas a ninguém não julgam caso a caso rápida e eficientemente, ao contrário juntam tudo num único processo de dezenas de dossiers, milhares de páginas, testemunhas e depoientes sem fim à vista. Até parece que é de propósito que fazem de cada caso difícil um assunto e especialização para o resto da vida até à reforma.
Por outro lado, como disse à noite na Sic, o experiente economista José da Silva Lopes, querem governar o país através de providências cautelares. O governo eleito para tomar medidas e governar está sujeito a ser contradito e desfazer o que ordenara fosse feito, por ordem administrativa do tribunal e com força de lei. Não curam da justiça para que estão designados e profissionalizados, e querem tratar do que compete a quem vai a eleições. Ainda por cima a tratar do que compete aos políticos são rápidos, vá-se lá perceber porquê.
Os senhores juizes do alto dos seus inacessíveis gabinetes todo-poderosos sem dar contas a ninguém não julgam caso a caso rápida e eficientemente, ao contrário juntam tudo num único processo de dezenas de dossiers, milhares de páginas, testemunhas e depoientes sem fim à vista. Até parece que é de propósito que fazem de cada caso difícil um assunto e especialização para o resto da vida até à reforma.
Por outro lado, como disse à noite na Sic, o experiente economista José da Silva Lopes, querem governar o país através de providências cautelares. O governo eleito para tomar medidas e governar está sujeito a ser contradito e desfazer o que ordenara fosse feito, por ordem administrativa do tribunal e com força de lei. Não curam da justiça para que estão designados e profissionalizados, e querem tratar do que compete a quem vai a eleições. Ainda por cima a tratar do que compete aos políticos são rápidos, vá-se lá perceber porquê.
Etiquetas: cronica política
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