quarta-feira, outubro 15, 2008

NOVOS VENCIDOS DA VIDA


A VELHARIA RABUJENTA

Ao ver Medina Carreira na SIC, mais uma vez, teorizar sobre a impossibilidade de Portugal com tais políticos e políticas actuais, não pude deixar de recordar e relacionar tal arenga com outras arengas velhas de outras velharias:
. Vasco Pulido Valente há muito que defende que, por tal caminho e com tais portugueses, Portugal não tem futuro.
. José Manuel Fernandes, editorial após editorial, mais obliquamente e com justificações manhosas, repete diáriamente VPV e recentemente admitiu que o melhor era fugir daqui e que alguém apagasse a luz, reconhecendo embora que não sabia para onde ir que fosse diferente ou melhor.
. Já há anos o patrão de JMF ameaçou mudar-se para o estrangeiro dado que, uma vez que não o deixavam negociar segundo a sua alta e livre vontade patriótica, entendeu que a sua grandeza não cabia na pequenez de Portugal.
. Medina Carreira é o mais teórico de todos, faz lembrar o célebre professor do Técnico que tentou demonstar teoricamente que o lançamento do Sputnik e colocação de um satélite artificial em órbita era uma mentira, dada a impossibilidade de tal, segundo a sua velha ciência académica.
. Após a consolidação continental de Portugal e depois da consolidação do império marítimo que, desde então, a crítica do "não futuro ou impossibilidade" de Portugal é uma constante de muitos pensadores que culminou na élite dos "vencidos da vida".

Contudo o que é constante nesta crítica é que ela é feita sempre por homens que passaram pelo poder efectivo ou poder intelectual de influência e nada alteraram do "moto contínuo" histórico, nada desviaram a rota imparável da evolução histórica no sentido do melhoramento da vida dos indivíduos e aperfeiçoamento da vida em sociedade. Grandes pensadores imaginaram utopias para a direita e utopias para a esquerda e todas foram trituradas pela marcha triunfal do Tempo inextinguível e inexorável. O que realmente se extingue rápidamente são tais pensadores de utopias que, pungentemente envelhecidos, desiludidos com o passado, rabujentos com o presente e já excluidos do futuro, se rebelam contra o novo e diferente, quais D. Quixotes, que já ninguém leva a sério e por quem todos sentem já uma inocente e piedosa santidade.


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1 Comments:

Blogger João Brito de Sousa said...

2008.10.16

Bom texto.
Será por isso que António Lobo Antunes diz que prefere um padeiro a um economista?

JBS

11:13 da manhã  

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