sexta-feira, fevereiro 20, 2009

O MEU LUGAR XXV


CORGO E FONTE DA MURTA

Nas costas de Santa Catarina, a Capela,
uma encosta íngreme e longa avança
alteando coberta de Barrocal arvoredo
sempre verde como manto ou auréola
aos ombros de santidade que descansa
presa nos Moinhos onde as mós-penedo
extraem farinha do bago à força de vela
ao vento que no alto assobia e dança
encosta abaixo e bate á porta do Alfredo.
No meio os corgos de boa semente, gamela
dos Gregórios, Cebolas, Esperança,
Barrigas, Caxeiras onde antes, cedo, cedo,
outros antigos deram a primeira semeadela
depois do mato e das pedras, com pujança
arrancadas, dominadas, e sem segredo
ligadas com barro mole, erigiram a bela
casa baixa branca corrida, abrigo herança
dos antigos do Lugar que legaram: outorgo
ao vindouro que, alí onde se dá e não se furta
paz e beleza chamar-se-á Fonte da Murta,
aqui, a altos e barrancos chamar-se-á Corgo.

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