terça-feira, novembro 24, 2009

RELEVÂNCIA SOCIAL

Adão, forças ocultas

O QUÊ?

Tem piada não tem, os juristas, penalistas e outros elementos doutos nas Leis, no caso "Face Oculta", esquecem as Leis e falam de política por outro nome. Já em artigos no "DN", Paulo Pinto Mascarenhas vinha alimentando a tese de que o povo tinha o direito de saber a matéria das escutas. Um outro, Costa Andrade(?), também diz o mesmo dizendo que ao povo não pode ser ocultada matéria julgada relevante pelos magistrados de Aveiro, ou coisa parecida.
Há pouco no "Prós & Contras", PPM veio com a subtileza da "relevância social" das escutas para concluir que por tal relevância das escutas o PGR tinha o dever de as mandar publicar. É claro na argumentação que, para sí, a relevância social é apenas e tão só o "cheiro" soprado de que as conversas têm algum picante político de que o senhor quer tirar para partido.

De uma conversa particular entre amigos políticos, desprevenidos de que vivem num país onde qualquer funcionário de carreira do MP pode espiar todos os cidadãos a qualquer altura e sob qualquer pretexto, é natural que o comentário político entre ambos tome a forma jocosa ou satírica de conversa de sala de casa. PPM e os outros tais como, conhecedores dessas conversas, querem-nas na praça pública para as julgarem como conversas políticas sérias de conspiração contra o Estado. Tal qual como queria a indiciação dos investigadores e agora se bate o Snr. Juiz de Aveiro que não aceita a ordem de destruição do presidente do STJ.

O povo, milhares, milhões, em eleições livres, com o seu voto deposita a sua confiança nos políticos que elege, depois, escondidos em gabinetes ocultos, atrás de secretárias, papelada e leitores de cassates, dois ou três senhores sem qualquer escrutínio democrático resolvem eles, de seu livre arbítrio, desconfiar e colocar sob escuta aqueles em quem a maioria do povo legitimou precisamente pela confiânça política.

O povo dá legitimidade política e autoridade a certas pessoas para gerir o Estado, organizando-o, defendendo-o e melhorando-o, e logo nas costas aparecem um duo ou trio de personas sombras acusando essas pessoas de crimes contra o Estado: configurado na Lei como uma tentativa de destruição do Estado. Precisamente aqueles a quem o povo confia o Estado são, no parecer destes doutos ocultos, os que trabalham para destruir o Estado. Tem piada, não tem?
Não teria maior relevância social e ser mais proveitoso para os próprios, que espreitassem pelo burado da fechadura lá de casa em vez de andarem a espreitar pela fechadura dos portugueses?


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