A ENGRENAGEM
Os juizes e magistrados de Portugal, mais uma vez, foram espreitar e vasculhar os negócios de um antigo pobre desgraçado comprador de sucata de porta em porta com um triciclo. Para apanhar o pobre desgraçado agora rico? Não, antes parece ser para apanhar políticos: tipo operação oculta caça-plíticos.
Estes piam fino, não são a ASAE.
Acaso eles vão vasculhar os negócios dos grandes empresários, tubarões "empreendedores", que mandam ou querem mandar no país? Nicles, nada coisa nenhuma, nem pensar. Mas esses "grandes senhores" da banca, do comércio, da indústria, das finanças, dos média não têm redes de influência tentaculares organizadas nas suas listas de contactos? Tais patrões de "grupos", por sua vez patrões de várias grandes e médias empresas, não são só por sí redes tentaculares de negócios? E são todos feitos sem tráfico de influências, lícitos, impecáveis, sem envelopes "under table"? Só para anjinhos.
E só o pobre-diabo-rico do sucateiro é que paga?
Eça, quando a monopolista estatal e discricionária Comp.ª das Águas lhe cortou a água de casa perguntava, à dita Companhia na já célebre carta, o que podia ele também cortar à Companhia das Águas.
Os juizes e magistrados podem escutar, espreitar, interpretar e investigar clandestinamente, a pretexto de qualquer vaga rede ilícita, a vida privada de todos: Chefe de Estado, PM, ministros, deputados e cidadãos.
E quem escuta, espreita e investiga os juizes e magistrados?
Estes piam fino, não são a ASAE.
Acaso eles vão vasculhar os negócios dos grandes empresários, tubarões "empreendedores", que mandam ou querem mandar no país? Nicles, nada coisa nenhuma, nem pensar. Mas esses "grandes senhores" da banca, do comércio, da indústria, das finanças, dos média não têm redes de influência tentaculares organizadas nas suas listas de contactos? Tais patrões de "grupos", por sua vez patrões de várias grandes e médias empresas, não são só por sí redes tentaculares de negócios? E são todos feitos sem tráfico de influências, lícitos, impecáveis, sem envelopes "under table"? Só para anjinhos.
E só o pobre-diabo-rico do sucateiro é que paga?
Eça, quando a monopolista estatal e discricionária Comp.ª das Águas lhe cortou a água de casa perguntava, à dita Companhia na já célebre carta, o que podia ele também cortar à Companhia das Águas.
Os juizes e magistrados podem escutar, espreitar, interpretar e investigar clandestinamente, a pretexto de qualquer vaga rede ilícita, a vida privada de todos: Chefe de Estado, PM, ministros, deputados e cidadãos.
E quem escuta, espreita e investiga os juizes e magistrados?
Etiquetas: crónica comentário.justiça
4 Comments:
Jose Neves,esta ultrapassa-me!
Mas quere-se ou nao uma classe politica livre das "peras podres" ou nao?
Nao se recorda de mais nada do senhor do "salto a Vara"? Olhe que ja' nao e' a primeira vez que ele e' agarrado com a mao na massa!
Que me importa se o soborno vem de um "socateiro rico" ou de um "pato bravo"? O que eu quero e' todos os intervenientes entregues a' justica.E,se o suborno chegar ate' ao primeiro ministro,que nao se arrangem subterfugios e maningancias da lei para o livrar de confrontar a justica.
dcs
Diogo,
Completamente de acordo que o suborno e subornados deven prestar contas à justiça, isso parece-me evidente. O que não parece evidente é que se o "sucateiro" não foi pretexto para ir à caça de políticos alvo e logo o que mexeu nos privilégios.
Se a imprensa publica às mijinhas é porque sabe tudo, então porque não publica a "conversa" toda para o público ajuizar? E o PM não pode ter conversas privadas com amigos a falar do que bem entender? Por acaso o PM perdeu a sua cidadania para poder falar pessoal, privada e particularmemte? Caminhamos para um país de devassa pública promovida por escutas direccionadas?
O Diogo sabe, tão bem quanto eu, que Portugal anda a toque do "emvelope". Uns quantos justiceiros, explorando todas as escutas tecnológicas hoje possíveis, pode prender metade do país, uns por sacos gordos outros por envelopes magrinhos.
E pode mesmo, mas só prende arraia-miúda e novos-ricos da sucata e tenta fazer cair certos políticos, que quanto aos "tubarões" dos grupos empresariais tá quieto. Pudera, esses são, muitas vezes, os patrões ou possíveis patrões prvados futuros.
Finalmente, também digo: se o suborno chegar ao PM que se faça justiça, Mas porra provem isso duma vez e deixem~de insunuações, meias verdades e meias tintas. Marquem láo golo duma vez se são capazes.
Ou ainda acaba tudo como no caso das "escutas" com o Cavaco que agora anda à rasca? Se há marosca e o povo desconfia, talvez estejam criadas as condições para esta a justiça dar a volta que precisa.
Um abraço.
JN um abraco
Se pensarmos so' um pouco,imagino eu,se a conversa do PM fosse privada,digamos,uma conversa sobre futebol por exemplo,de certeza que a PJ nao a incluiria no "dossier" enviado a' PGR.Algo de cariz criminoso deve ou devia incluir!..ou entao a PJ anda a brincar o que eu como cidadao duvido.
O "pobre"do nosso PM deixa-se envolver em muita coisa,sao coincidencias demais nao lhe parece?...Olhe que nem Nixon teve tantos "rabos de palha".Deixo uma pergunta e,antes uma afirmacao.Gosto da maneira como governa.A pergunta,acha que ele sobreviveria politicamente a nao ser na nossa republica?
Abraco
Diogo
Diogo,
Estive fora uns dias e dei agora pelo novo comentário. Os argumentos de fundo são dois:
i)Tem de haver motivo de crime dado que os magistrados entenderam haver indícios possíveis de crime.
ii)O PM tem algo de culpa ou de errado (carácter) dado deixar-se envolver em muitas coisas erradas ou pouco claras.
Os magistrados consideraram haver matéria passível de criminalizar, mas o chefe dos magistrados (PGR)diz não haver matéria para tal. Devemos acreditar nos magistrados de Aveiro ou na Procuradoria Geral? Qual opinião tem mais peso e valor judicial?
Por outro lado o presidente do STJ diz que as escutas são ilegais e o artigo da Lei que refere que "escutas" às três mais elevadas figuras do Estado só podem ser autorizadas pelo presidente do STJ, o qual, por tal falha, as considera ilegais e mandou destruir. Devemos cumprir a Lei ou querer e obedecer a leis ao sabor de cada cabeça?
Como se compreende que magistrados, digo magistrados, desconheçam a Lei?
No segundo argumento, agora muito em voga nos opinadores e média anti-PM, o problema está em perceber-se se é o PM que se mete nos vários casos ou se são os vários casos que são atravessados no caminho do PM. Nós, na guerra colonial, éramos confrontados com emboscadas diáriamente:o inimigo colocava o máximo de obstáculos na nossa avançada para desobtruir caminho e ocupar território. Eram lá colocados de propósito, como estratégia, para nos travar o passo.
No meu entender é muito mais isso que se passa que factos reais. Afinal de que já foi o PM acusado e julgado? Nada. Suspeitas e mais suspeitas, quanto a factos nenhuns.
Com as escutas o mesmo: até ao Vara que foi propagandeado que havia fotos, videos e não sei que mais meios tecnológicos de prova indiscutível, afina não há prova nenhuma além de apenas e espionagem policial.
Tudo começa altamente empolado para acabar em investigações de triste figura. Até parece que se trabalha par os média em vez de se trabalhar para a justiça; ou pior, para acertos de contas corporativos.
Nada disto é comparável ao caso Nixon, no qual foi provado ter havido escutas ao Partido Democrático com a colocação de microfones dissimulados para espionagem. Aqui levantam-se suspeitas como serra de montanhas e depois parem ratinhos com mal-formações.
E uma pergunta: como pode, através de uma conversa telefónica pessoal, configurar-se um crime contra o Estado? Eu pensava que um crime, apenas e só, se podia considerar tal cometendo-o mesmo, pos acto, por acção cometida, por prática de uma acção contra o Estado e não por falar dum assunto em conversa de telefone com um amigo. Há nisto tudo algo de bizarro e muito à portuguesa. Se assim é, então em qualquer mesa de café a PJ e os magistrados podem prender metade do país.
Por fim, também sou absolutamente contra que qulquer desconhecido juiz ou magistrado possa espiar o telefone das mais altas figuras do Estado. Quem são estas pessoas, donde vêm, que valores respeitam e defendem, quem lhes delegou o poder intocável de julgar os outros sem contestação, indiscutivelmente? Então nós, em eleições livres, delegamos a nossa confiança nos nossos eleitos, logo a seguir um vulgar descomhedico, oculto num gabinete atrás duma secretária e papéis, sem qualquer legalidade democrática (não é delegado pelo poder eleito em eleições mas tão somente faz uma carreira burocrata de empregado), inesperadamente de seu livre arbítrio (basta arranjar um pretexto), coloca sob escuta o PR, o PM, o PAR ou outro qualquer cidadão de que "ele" desconfie?
Um poder de escutar e espreitar clandestina e indiscriminadamente os cidadãos? Não será caso para mandar esses senhores espreitar pelo buraco das fechaduras de suas casas antes de espreitarem pelas dos outros?
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