CAVAQUISMO
E MESQUINHEZ
Um pecado original marca o nascimento do cavaquismo do qual nunca mais se libertou e, antes pelo contrário, cada vez mais se acentua no pensamento e manifesta nas actitudes: a mesquinhez. Tornou-se quase como que um atributo do homem cavaquista.
Cavaco Silva dirigiu-se ao congresso da Figueira da Foz de improviso, praticamente clandestino, sem apoios nem acordos prévios nem qualquer previsibilidade de ser interveniente activo quanto mais decisivo do conclave. E sobretudo, foi para um congresso destinado a eleger o presidente do seu partido, sem uma idéia, um plano pessoal ou de grupo, uma estratégia de apoio ou contestação às combinações de bastidores. Ao arrepio de qualquer idéia de intervenção contributiva ao partido, foi para a Figueira fixado na ideia prosaica e, face ao objectivo e grandeza partidária do evento, altamente mesquinha de ir fazer a rodagem de um carro recentemente adquirido.
No decorrer do congresso as tricas de bastidores entre barões por lugares levaram ao desentendimento dos grupos de assalto e os congressistas acabaram, pelo senso do mal menor, eleger uma figura secundária no pressuposto de rapidamente removerem tal figura, julgada de passagem provisória, e voltarem a repor a sua ordem. Erro fatal, porque os barões habituados a dominarem pelo pensamento e linguagem dominante menosprezaram o poder de atracção que a mesquinhice tem junto dos mesquinhos quando a estes lhes cheira o valor do poder da oportunidade.
Este é o acto, vazio de qualquer idéia ou ideologia, fundador da escola mesquinha que tem formado mental, cultural e comportamentalmente o cavaquismo.
Desde então, e desde logo com Cavaco chefe do governo deu-se iníco aos momentos patéticos entre ideias e actos mesquinhos:
- Nunca tenho dúvidas e raramente me engano.
- Confusão entre Man e More.
- Deixem-me trabalhar.
- Tomar como forças de bloqueio as mais altas entidades do Estado.
- Transformação de estados de alma em tabus sem sentido.
- Censura de livros por preconceito religioso.
- Visão de um Estado constitucional laico subordinado ao seu beatismo pessoal.
- Aceitar e comunicar convencido ao país que o Estado (presidencia) é vítima de espionagem do Estado (governo) sem, como Chefe Supremo mandar investigar e obter provas.
- Deixar-se, parece que infantilmente, enredar em planos conspirativos concebidos entre os seus assessores e a imprensa.
- A falta de franqueza e frontalidade face ao governo, com escaramuças através de dúbias respostas-enigma, insinuações, indirectas, piadas sem jeito, ou dichotes e maneirismos insonsos mal disfarçados.
- A recente actitude de encolhido perante a homenagem a Saramago ao mesmo tempo que anunciava, em comunicado, a grandeza da personagem.
- O novo tabu que mantem ao não assumir-se como candidato quando já existem outras candidaturas anunciadas, contribuindo para a promiscuidade entre ser Presidente e pretenso candidato.
- Pretensa autoridade moral baseada no subjectivismo da honestidade e verdade.
- O facto de ter provocado, sendo PM, um colapso na bolsa ao proclamar que esta vendia gato por lebre e agora continuar a proclamar o mesmo, por outras palavras, sobre a governação criando e estimulando a ideia de colapso do país.
- Etc., (muito longo).
Depois é só ver o rol de eventos praticados pelos mais dilectos alunos do cavaquismo como os casos expoentes do BCP, BPN e BPP e muitos e muitos outros bons alunos andam por aí altamente instalados nas empresas e sobre ricos patrimónios.
E ainda podemos assinalar as heranças políticas no cavaquismo-de-revista santanista e no cavaquismo-de-subjectividades sobre verdade do pachecal-ferreirismo.
A mesquinhice atira-se de cabeça para soluções simplistas de efeito fácil, aquelas que não exigem pensar e tão só trabalho divisionista de lançar culpas a extratos de classes ou a pessoas directamente e, sobretudo, mais dirigidas aos instintos que ao racional. As acções mesquinhas revelam sempre a falta de estatura de quem as pratica e são por norma atiradas ao carácter moral ou profissional de quem se pretende atingir. A mesquinhice é por regra uma actitude moral causada por falta de um domínio cultural fundamentado, neste caso trata-se de mesquinhice por ignorância. O pior é quando o mesquinho obtem êxito pela aplicação sistemática da mesquinhice ignorante e transforma tal actuação como receita do sucesso. A partir daqui resta a mesquinhice manhosa com doses de casmurrice, a pior de todas.
E esta jamais se dará ao trabalho de obter a adesão das pessoas pelo exemplo, pela explicação justa dos factos, pela chamada de atenção no acto da prevaricação, enfim pela persuação. Não, o mesquinho actua como polícia da estrada, como capataz de obras, actua instintivamente pelo método da punição, e é rígido e severo.
Um exemplo que é a desmonstração prática e evidente da mesquinhice cavaquista são as referências e medidas tomadas por Macário Correia contra os atrasos, cafés e proclamada calacice dos funcionários da Câmara. Muito especialmente a forma como é publicitada na praça pública numa ostentativa intenção de julgar pelo carácter profissional os funcionários públicos junto da população apenas alfabetizada culturalmente e sempre pronta para vinganças e ajustes de contas com o fantasma dos seus próprios fracassos. Um processo que mete tudo no mesmo saco colocando sob olhares de suspeita todos igualmente perante a opinião pública local.
Tal mesquinha actitude, não é mais do que a repetição da célebre demagógica medida de mandar a frota camarária de Tavira abastecer a Ayamonte para poupar, dizia, cem mil euros por ano. Ainda hoje está por mostrar à população as contas e explicar quanto poupou com o desprestigiante corropio em vai-e-vem do emblema camarário. Creio que, contas bem feitas, tal medida gerou certamente um prejuizo e não qualquer poupança.
Mas isso também não era o verdadeiro objectivo, o que se prtendia e contava era o efeito fácil que tal medida gerava junto da população papa telenovelas. Hoje como ontem, o poder exercido com coragem e grandeza faz grande a pequena gente e fica na História, o contrário conduz à mesquinhice e pequena intriga doméstica das "estórias" mas sem lugar na História.
Cavaco Silva dirigiu-se ao congresso da Figueira da Foz de improviso, praticamente clandestino, sem apoios nem acordos prévios nem qualquer previsibilidade de ser interveniente activo quanto mais decisivo do conclave. E sobretudo, foi para um congresso destinado a eleger o presidente do seu partido, sem uma idéia, um plano pessoal ou de grupo, uma estratégia de apoio ou contestação às combinações de bastidores. Ao arrepio de qualquer idéia de intervenção contributiva ao partido, foi para a Figueira fixado na ideia prosaica e, face ao objectivo e grandeza partidária do evento, altamente mesquinha de ir fazer a rodagem de um carro recentemente adquirido.
No decorrer do congresso as tricas de bastidores entre barões por lugares levaram ao desentendimento dos grupos de assalto e os congressistas acabaram, pelo senso do mal menor, eleger uma figura secundária no pressuposto de rapidamente removerem tal figura, julgada de passagem provisória, e voltarem a repor a sua ordem. Erro fatal, porque os barões habituados a dominarem pelo pensamento e linguagem dominante menosprezaram o poder de atracção que a mesquinhice tem junto dos mesquinhos quando a estes lhes cheira o valor do poder da oportunidade.
Este é o acto, vazio de qualquer idéia ou ideologia, fundador da escola mesquinha que tem formado mental, cultural e comportamentalmente o cavaquismo.
Desde então, e desde logo com Cavaco chefe do governo deu-se iníco aos momentos patéticos entre ideias e actos mesquinhos:
- Nunca tenho dúvidas e raramente me engano.
- Confusão entre Man e More.
- Deixem-me trabalhar.
- Tomar como forças de bloqueio as mais altas entidades do Estado.
- Transformação de estados de alma em tabus sem sentido.
- Censura de livros por preconceito religioso.
- Visão de um Estado constitucional laico subordinado ao seu beatismo pessoal.
- Aceitar e comunicar convencido ao país que o Estado (presidencia) é vítima de espionagem do Estado (governo) sem, como Chefe Supremo mandar investigar e obter provas.
- Deixar-se, parece que infantilmente, enredar em planos conspirativos concebidos entre os seus assessores e a imprensa.
- A falta de franqueza e frontalidade face ao governo, com escaramuças através de dúbias respostas-enigma, insinuações, indirectas, piadas sem jeito, ou dichotes e maneirismos insonsos mal disfarçados.
- A recente actitude de encolhido perante a homenagem a Saramago ao mesmo tempo que anunciava, em comunicado, a grandeza da personagem.
- O novo tabu que mantem ao não assumir-se como candidato quando já existem outras candidaturas anunciadas, contribuindo para a promiscuidade entre ser Presidente e pretenso candidato.
- Pretensa autoridade moral baseada no subjectivismo da honestidade e verdade.
- O facto de ter provocado, sendo PM, um colapso na bolsa ao proclamar que esta vendia gato por lebre e agora continuar a proclamar o mesmo, por outras palavras, sobre a governação criando e estimulando a ideia de colapso do país.
- Etc., (muito longo).
Depois é só ver o rol de eventos praticados pelos mais dilectos alunos do cavaquismo como os casos expoentes do BCP, BPN e BPP e muitos e muitos outros bons alunos andam por aí altamente instalados nas empresas e sobre ricos patrimónios.
E ainda podemos assinalar as heranças políticas no cavaquismo-de-revista santanista e no cavaquismo-de-subjectividades sobre verdade do pachecal-ferreirismo.
A mesquinhice atira-se de cabeça para soluções simplistas de efeito fácil, aquelas que não exigem pensar e tão só trabalho divisionista de lançar culpas a extratos de classes ou a pessoas directamente e, sobretudo, mais dirigidas aos instintos que ao racional. As acções mesquinhas revelam sempre a falta de estatura de quem as pratica e são por norma atiradas ao carácter moral ou profissional de quem se pretende atingir. A mesquinhice é por regra uma actitude moral causada por falta de um domínio cultural fundamentado, neste caso trata-se de mesquinhice por ignorância. O pior é quando o mesquinho obtem êxito pela aplicação sistemática da mesquinhice ignorante e transforma tal actuação como receita do sucesso. A partir daqui resta a mesquinhice manhosa com doses de casmurrice, a pior de todas.
E esta jamais se dará ao trabalho de obter a adesão das pessoas pelo exemplo, pela explicação justa dos factos, pela chamada de atenção no acto da prevaricação, enfim pela persuação. Não, o mesquinho actua como polícia da estrada, como capataz de obras, actua instintivamente pelo método da punição, e é rígido e severo.
Um exemplo que é a desmonstração prática e evidente da mesquinhice cavaquista são as referências e medidas tomadas por Macário Correia contra os atrasos, cafés e proclamada calacice dos funcionários da Câmara. Muito especialmente a forma como é publicitada na praça pública numa ostentativa intenção de julgar pelo carácter profissional os funcionários públicos junto da população apenas alfabetizada culturalmente e sempre pronta para vinganças e ajustes de contas com o fantasma dos seus próprios fracassos. Um processo que mete tudo no mesmo saco colocando sob olhares de suspeita todos igualmente perante a opinião pública local.
Tal mesquinha actitude, não é mais do que a repetição da célebre demagógica medida de mandar a frota camarária de Tavira abastecer a Ayamonte para poupar, dizia, cem mil euros por ano. Ainda hoje está por mostrar à população as contas e explicar quanto poupou com o desprestigiante corropio em vai-e-vem do emblema camarário. Creio que, contas bem feitas, tal medida gerou certamente um prejuizo e não qualquer poupança.
Mas isso também não era o verdadeiro objectivo, o que se prtendia e contava era o efeito fácil que tal medida gerava junto da população papa telenovelas. Hoje como ontem, o poder exercido com coragem e grandeza faz grande a pequena gente e fica na História, o contrário conduz à mesquinhice e pequena intriga doméstica das "estórias" mas sem lugar na História.
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