MORRA A DECADÊNCIA
SEGUNDO VASCO PULIDO VALENTE
O profeta em ruínas Vasco Pulido Valente fala do "Estado Social" em completa decadência, assim como a saúde e educação. E perante tal pré-visão advoga, sem a nomear, uma medida tipo "solução final", porque o colapso acontecerá breve. É um marxista.
Ora Marx também propunha a solução revolucionária porque, tendo como ciência certa que o capitalismo estava condenado por força do determinismo histórico que descobrira, mais valia acabar de vez com o tal capitalismo decadente e avançar desde logo com o novo mundo de maravilhas que anunciava. Evitava assim a continuação do sofrimento da humanidade por mais uns tempos, não sabia quanto, e mais rapidamente o novo homem entraria no gozo do reino da felicidade nunca vista sobre a terra. Uma espécie de "Bomba de Hiroxima" para evitar a continuação da guerra e o consequente sofrimento e mortes futuras.
Sabe-se que, ainda hoje o capitalismo não só não sossobrou perante o marxismo como o venceu no terreno precisamente sobretudo pela força das liberdades individuais que conseguiu manter e do "Estado Social" que foi capaz de organizar e sustentar, até hoje, em benefício dos cidadãos mais desprotegidos e necessitados.
O profeta VPV tem tido no seu percurso histórico-astrológico muitas avarias na sua bola de cristal que o leva a tirar coelhos falsos da cartola. Nem outra coisa seria de esperar de quem tem diariamente de escrever profecias para ganha pão. Uma das gordas foi quando profetizou que a linha do Metro para o Parque Expo fecharia no dia seguinte ao encerramento da Expo'98, por falta de passageiros.
Sendo assim, porque porra de crença é que devemos acreditar no que diz VPV? E porque é que havemos de dar "solução final" àquilo que ainda está vivo e pode ser mantido, pode ser melhorado, pode ser modificado, pode vir a ter uma nova solução noutro quadro social por descobrir?
Por acaso está VPV, que como temos observado na TV, pelos escritos, nas notícias de saúde, pelo inexorável envelhecimento, está, ele próprio, em franca e adiantada decadência, disponível para que lhe seja aplicada uma terapia tipo "solução final"?
Ora Marx também propunha a solução revolucionária porque, tendo como ciência certa que o capitalismo estava condenado por força do determinismo histórico que descobrira, mais valia acabar de vez com o tal capitalismo decadente e avançar desde logo com o novo mundo de maravilhas que anunciava. Evitava assim a continuação do sofrimento da humanidade por mais uns tempos, não sabia quanto, e mais rapidamente o novo homem entraria no gozo do reino da felicidade nunca vista sobre a terra. Uma espécie de "Bomba de Hiroxima" para evitar a continuação da guerra e o consequente sofrimento e mortes futuras.
Sabe-se que, ainda hoje o capitalismo não só não sossobrou perante o marxismo como o venceu no terreno precisamente sobretudo pela força das liberdades individuais que conseguiu manter e do "Estado Social" que foi capaz de organizar e sustentar, até hoje, em benefício dos cidadãos mais desprotegidos e necessitados.
O profeta VPV tem tido no seu percurso histórico-astrológico muitas avarias na sua bola de cristal que o leva a tirar coelhos falsos da cartola. Nem outra coisa seria de esperar de quem tem diariamente de escrever profecias para ganha pão. Uma das gordas foi quando profetizou que a linha do Metro para o Parque Expo fecharia no dia seguinte ao encerramento da Expo'98, por falta de passageiros.
Sendo assim, porque porra de crença é que devemos acreditar no que diz VPV? E porque é que havemos de dar "solução final" àquilo que ainda está vivo e pode ser mantido, pode ser melhorado, pode ser modificado, pode vir a ter uma nova solução noutro quadro social por descobrir?
Por acaso está VPV, que como temos observado na TV, pelos escritos, nas notícias de saúde, pelo inexorável envelhecimento, está, ele próprio, em franca e adiantada decadência, disponível para que lhe seja aplicada uma terapia tipo "solução final"?
Etiquetas: crónica comentário.vpv
4 Comments:
O Futuro
1. O fim da história
Na década de 1990, no rescaldo do colapso da União Soviética, alguns pensadores da época olhavam para o futuro e diziam que tínhamos chegado ao fim da história (Francis Fukuyama, 1989), que o modelo sócio-económico vencedor tinha provado ser o melhor sistema e o capitalismo norte-americano de inspiração neo-liberal iria levar a Terra para tempos eternos de desenvolvimento e fartura.
Essa teoria de inspiração neo-liberal praticamente abafou qualquer outro tipo de pensamento. Aos seus protagonistas foram dadas as melhores páginas dos jornais e os minutos mais preciosos da televisão. A informação dominante e os canais de comunicação que a difundem, assim como os políticos do “centro”, fizeram dessa teoria o centro do seu posicionamento, superficialmente e acriticamente
No entanto dá para observar que esta teria falhou. Nas últimas duas décadas a economia mundial, liderada pelos EUA, foi passando por uma série de mini-crises até à actual crise, de onde ainda não se sabe como e em que estado vamos sair.
2. A crise
No centro da actual crise mundial tivemos os bancos e o mercado imobiliário mas estes são apenas reflexos de um outro problema maior: a crise de um modelo sócio-económico baseado no consumo de massas. Os rendimentos dos consumidores estão sob pressão. Nas últimas décadas mais produtividade tem significado mais desemprego, mais precariedade e piores condições de vida.
A produtividade está associada à evolução tecnológica que somada à tendência actual do aumento da idade da reforma e aumento dos horários de trabalho resultam na redução de necessidade de mão de obra.
Há 30 anos atrás talvez fossem precisas 100 pessoas para fazer 1000 automóveis em 100 dias e agora são precisas 50 pessoas para fazer 2000 automóveis em 50 dias. Em geral, graças às novas tecnologias, temos mais produtos para consumir mas temos menos emprego na produção.
A automação de sectores após sectores resulta numa economia mundial que no seu conjunto não será suficientemente intensiva para continuar a absorver a crescente mão de-obra mundial disponível, incluindo os trabalhadores que perdem os seus trabalhos devido às novas tecnologias ou às crises económicas.
Tudo isto, aliado ao emagrecimento dos Estados, atira para o desemprego, por um lado pessoas com mais de 45-50 anos, pouco qualificadas e muitas inqualificáveis, e, por outro lado, os jovens à procura do primeiro do emprego.
Mesmo crescendo economicamente 2% a 4%, é bem possível por muitos e longos anos um desemprego português e europeu em torno do 10%-15% ou até mais, acompanhado por empregos com remunerações em queda, precariedade e ansiedade constante, com impactos sociais dramáticos, insustentáveis e inaceitáveis.
Reduzem-se o poder e as condições de compra a cada vez a mais indivíduos, em choque num modelo de consumo de massas que só não exige a manutenção de consumidores como exige cada vez mais.
3. Uma alternativa
Se a organização económica e social não for repensada e se se persistir no caminho trilhado até agora podemos assistir ao desmoronar do actual sistema mundial sócio-económico ou uma fatia muito grande população será empurrada para a miséria ou para a pobreza encapotada.
Infelizmente, as supostas cabeças pensantes que deveriam estar a reflectir o presente e o futuro do mundo estão, na sua maioria, mais preocupadas com carreiras, contas bancárias e ajudas ao pilares de um sistema que ameaça ruir.
Em contraposição a autores como Fukuyama, era bom que dessem mais atenção a outros pensadores como André Gorz (2003), que defende horários de trabalho mais curtos e reformas facilitadas para gerar mais oportunidades de trabalho, especialmente para os jovens.
Assim como se devem valorizar as remunerações do trabalho. Os salários representavam 53% do Produto Interno Bruto português em 1973, 65% em 1975 e a apenas 41% em 2009. Na Europa e nos EUA os salários têm crescido menos que a produtividade.
Só com mais tempo de lazer e mais rendimentos é que poderemos manter ou aumentar consumos mas estas medidas exigem naturalmente uma distribuição mais justa do rendimento disponível.
Mas parece que a essência predadora e desumana dos caminhos socio-económicos que vamos trilhando continuará a dominar a governação mundial. Estamos mais próximos de uma explosão social do que um passo atrás no caminho para o abismo.
Caro Sérgio,concidadão nexense,
Afinal estamos muito mais de acordo do que em desacordo. Esta apenas se manifesta em pormenores.
Futuro:
Pitágoras em Crotona, Empédocles em Agrigento e Platão em Siracusa quiseram aplicar as suas teorias utópicas de uma sociedade perfeita e o que conseguiram foi tornarem-se fugitivos face à ira desses povos:Pitágoras foi apanhado e liquidado, Empédocles fugiu e enlouqueceu fora da pátria(atirou-se ao Etna segundo a mitologia), Platão foi vendido como escravo e salvo por sorte. Destes nenhum deles anunciou o "fim da história": eram gregos, senhores de uma mentalidade epistemológica pura e racionalidade à prova de qualquer trafulhice intelectual, jamais os levaria a tal leveza de afirmação.
Depois vieram Hegel,de certo modo insinuar um "fim da história". Depois veio Marx declarar, depois de resumir o progresso da humanidade tão só à luta de classes e que desfeitas estas seria desfeita a contradição fundamental entre meios de produção individuais e produção social, que desta descoberta social científica nasceria a sociedade socialista e o "fim da história". Depois veio o Fukuyama que, face ao colapso do socialismo à Marx e vencimento do capitalismo liberal, veio declarar a superioridade da democracia em sistema capitalista e nesse sentido a eternidade deste e consequente "fim da história".
Penso eu que todos os que propoem o "fim da história" fazem-no pouco convencidos disso mas tão só como enfase e corolário de fecho de uma teoria sociológica que julgaram descobrir em definitivo. E cada um fá-lo segundo a época e estádio de desenvolvimento e respectivas relações de produção do seu tempo. Não pode deixar de ser assim, têm de lidar com o conhecimento e materiais existentes e do passado e jamais com o que será o futuro desconhecido o qual nenhuma memória ainda consegue captar.
Ora acontece que o futuro imaginado para amanhã pode ser completamente diferente ou inverso do imaginado ou projectado a partir do passado pelos para-cientistas sociológicos.Hoje em dia, andando tudo ligado como anda, um conflito, catástrofe, alteração climática, desgraça ambiental, guerra nuclear, pode modificar todo o sistema natural e todas as previsões científicas ou "fim de história", valem nada.
Caso não haja um fim catastrófico, o que muda a história são o avanço da ciência e o facto de em cada década desaparecer uma geração e nascer outra. Ao fim de 6-7 décadas às gerações vivas já pouco lhes diz as condições "de antigamente", apesar dos "resíduos" no sentido Durkheimeano dos costumes e tradições arreigadas à condição humana.
Declarar o fim da historia, para mim, considero-o um pouco como uma afirmação mais da astrologia do que da ciência. Para o Sérgio,não chego a perceber bem se acredita que possa existir uma sociedade tão perfeita que mate o futuro, ou seja a continuação da história do processo humano.
Estou de viagem pelo Norte, em breve responderei acerca dos outros dois temas.
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