sábado, setembro 18, 2010

REGISTE-SE

"Naõ podia dizer que não, porque sou português".
Foi dito por José Mourinho, treinador português e considerado por muitos o melhor do planeta. Uma leal actitude do sentir pertencencer a um povo, ter um país; pertencer a uma identidade social que o ajudou a ser o que é; ser solidário com as origens e respeitá-las, fazendo-se respeitar. Para mim, a quem já pouco dizem as coisas do futebol, Mourinho ganhou uma respeitabilidade nova, a compreensão de um caracter de elevado bom senso comum, de uma mentalidade forte que faz entender melhor a fonte do seu sucesso.
A sua actitude é um violento soco na hipocrisia de nacionalizações oportunistas, como agora se tornam nítidas. E também naqueles craques superficiais que facilmente se deixam estrangeirar deslumbrados, recusando a selecção de Portugal, no pressuposto patego que jogar num grande "lá de fora", é a maior valorização pessoal possível, o mais alto valor aquém do qual tudo é desprestigiante, restringindo o fim de sua existência ao seu umbigo seco e não ao cordão umbilical que o fez cidadão.
O treinador Paciência, que como quase todos treinadores portugueses imitam e querem ser Mourinhos, pode ver melhor agora que não é quem rejeita dar o seu contributo que descredibiliza a equipa de Portugal, mas ao contrário, descredibiliza-se a sí próprio. Pensar como o Paciência é achar que um qualquer jogador craque do pontapé na bola, está acima dum conjunto de dez milhões de homens que pensam e agem em sociedade há quase mil anos.

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