quarta-feira, setembro 05, 2012

MÁRIO SOARES EM LOULÉ


Integrado no Ciclo de Conferências denominado "Horizontes de Futuro" organizado pela Câmara Municipal de Loulé, Mário Soares foi o convidado para a sessão de ontem, 04.08.2012 pelas 21,30 horas.
Com um Salão Nobre da Câmara demasiado pequeno para a concorrida assistência, o convidado, após apresentação do Presidente Seruca Emídio e introdução bibliográfica de outra perdonalidade da mesa, o convidado, dizia, deu início ao uso de sua palavra e pensamento.
Começou por dizer, referindo-se, ao título "Horizontes de Futuro" que, uma coisa seria ter falado sobre tal assunto no início da crise actual outra coisa completamente diferente era falar, hoje, sobre o tema. Com tal introdução deu asas ao seu pensamento e crítica sobre o momento actual no país.
Discorrendo sobre as medidas do governo e os resultados obtidos considerou-os desastrosos e, estupefacto, não entende como um PM faz um discurso de satisfação perante os seus jovens pupilos, precisamente quando são conhecidos indíces cada vez piores e mais preocupantes. E, sobretudo, quando nem o deficit, meta tomada como desígnio governamental e argumento forte para imposição de austeridade nunca vista, o governo, nem esse objectivo fundamental conseguiu controlar e que já vai com uma derrapagem colossal, irrecuperável.
Considerou a situação do país muito grave e considerou necessárias políticas viradas para as pessoas e mudança de paradigma; a soberania dos Estados e o comando da política sobre os "mercados". Disse que a saída da Grécia do euro seria o desastre da Europa pela desconfiança entre países ao arrepio do ideal fundador que preconizava a igualdade e solidariedade entre países.
Face a questões levantadas pelos assistentes, pensa que os portugueses não podem ficar indiferentes e parados pois, caso contrário, seremos todos responsabilizados. Pensa que, apesar da aparência de letargia, o povo mexe-se e o caso RTP é um bom exemplo. Entende que os pequenos movimentos contestatários que se mexem, são indícios de que a onda começa a vir à superfície, está em formação e sintonia com a tomada de consciência de muitos pequenos e alguns grandes sectores da sociedade portuguesa.
Mário Soares, que fora recebido com entusiasmo foi, à saída, igualmente aplaudido e muito acarinhado pelos presentes que o rodearam e queriam dizer-lhe algo pessoalmente.
Também fui junto dele e perguntei-lhe se não estava já na altura de convocar os portugueses para a "Alameda"?
"Pois, respondeu, mas eu tenho já 86 anos".
Se, segundo MST, estamos indefesos com o Presidente Cavaco, será que também estamos a ficar orfãos?

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