sexta-feira, dezembro 28, 2012

PAIS & FILHOS


Face à inexperiência e à pacóvia auto-suficiência de convencido mestre-escola, à sua persona provinciana inculta insegura agarraram-se como lapas dezenas de traficantes políticos, aos quais o desconfiado mas convencido mestre-escola deu plena guarida por necessidade de tentar remendar  as fragilidades próprias.
Foi um período fecundo de rápida aprendizagem na traficância político-negocismo e numa dezena de anos dezenas passaram de aprendizes a grão-mestres na arte de traficar entre política e altos negócios.
Foi uma escola altamente eficiente. Criando e escondendo potes cheios por tudo que era desvios, encruzilhadas e lugares esconsos os traficantes-pais, vindos prá Cidade de humilde parra à frente, poucos anos depois exibiam ostensivos sinais de riqueza. Os potes bem traficados haviam derramado mel a rodos para engorda à fartazana dos criadores e patrocinadores de potes à la carte.
No alto da pirâmide da escola chefiada pelo mestre-escola amigo, um grosso naipe de fiéis aprendizes agora já mestres na arte da traficância e armazenamento de potes, juntaram-se, formaram e instalaram o Banco Pote Nosso. Tudo patrocinado e apadrinhado pelo mestre-escola partidário, amigo e grão-educador.
Foi a arma secreta para ir ao pote custasse o que custasse.


Passados vinte anos são os filhos que, numa imitação mais descarada e grosseira que nos tempos de seus pais, se juntaram maçónica e conspirativamente para estudar a estratégia de como também eles organizarem o assalto ao pote. E desta vez o assalto seria em grande, seria directamente assaltado o Grande-Pote, aquele que é fonte de todos outros.
Se bem pensaram melhor o concretizaram. Com os votos da maioria dos portugueses aí estão eles com a mão no Grande-Pote custe o que custar.
Para tal, lançaram enormes e grossos tornados e nuvens de fumo sobre o povo chamados freeport, face oculta, escutas de belém, claustrofobia democrática, asfixia democrática, golpe contra o estado de direito, parcerias ppp, obras faraónicas, etc., afim de manterem afastado e escondido do povo o que congeminavam secretamente.
A História prova que, sempre que alguém ou  grupo lança o anátema e opróbrio sobre outrem e a sua obra de forma axiomática e consegue, só pelo evocar palavroso demagógico de insinuações, o apoio popular, é certo e feito que são os promotores de tal propaganda que estão, eles sim, preparando o assalto golpista de que acusam o adversário. Como em Roma, no nosso caso também houve um shakespeariano marco antónio, demagogo astucioso.
Enganado e levado o povo no engano do palavreado mentiroso, restava esperar pelo momento e hora adequada para o golpe. O velho mestre-escola agora grande-mestre-escola, voltou a patrocinar e apadrinhar e marcou o tempo indicado e o pcpismo e bloquesquerdismo deram corda ao relógio para apressar o golpe. 
 
Os pais foram à escola para aprender com o seu querido mestre-escola e esperaram anos para dar o grande golpe com um banco seu, para distribuição própria entre si. E o golpe levou anos a consumar-se.
Os filhos, esses, foram directamente ao cofre-forte. E tudo indica que em muito pouco tempo terão o golpe consumado.
Percebe-se porquê: no assalto dos pais o padrinho tinha um obstáculo intransponível pela frente, era preciso algum cuidado; no assalto dos filhos o obstáculo anterior fora ocupado pelo que já fora o padrinho dos pais, logo a passadeira estava estendida. Foi uma rapidinha.

Etiquetas: