A UTOPIA DE JOSÉ PINTO CONTREIRAS 3
A CASA DOS ALTOS
A IDEIA FEITA SONHO CRESCE E CONTINUA
Foi já no encalço do cumprimento de execução dessa ideia visionária que, logo após o seu regresso de França iniciou, a passo largo, a construção de casas para instalar “vendas” e os Mestres de artes e ofícios dedicados ao fornecimento das necessidades básicas locais.
E, concluída esta primeira fase de instalação e consolidação do apoio à auto-suficiência industrial-artesanal e comercio local, lançou mãos à construção de uma casa para habitação própria sobre a casa de “Venda de Mercearia”, a primeira casa do local construída para habitação sobre os altos de outra casa com acesso independente por escadaria a partir da rua pública.
Pelo inédito
de tal construção, de imediato, a casa foi designada como a “Casa
dos Altos”, concluída em 1940. Mais tarde, pelo processo de
simplificação da oralidade linguística popular o local passou à designação de “os
altos” e por fim, e até hoje, conhecido como “o Alto”.
A execução e concretização de seu
sonho francês levava já vinte e dois anos e estava, na sua ideia original,
concluído. Contudo, para alguém com pensamento visionário, o sonho vive em
estado de movimento perpétuo.
No ambiente da barbearia do objectivo e inteligente cartesianismo prático de Mestre Bota, o mais perspicaz a propor e provocar conversas audazes chamariz, análises e discussões qualificadas sobre a guerra de 1939-1945 em curso e assuntos de interesse local, os Mestres artesãos, pequenos proprietários, comerciantes e antigos combatentes de La Lys juntavam-se frequentemente para falarem da guerra, de Salazar, da comparação entre o Estado Novo e a democracia francesa que muitos viveram durante a Grande Guerra, do estado do mundo e sobretudo da actualidade e futuro do seu sítio de Gorjões.
Observavam e falavam de que nas Cidades e Vilas as populações, pelo dinamismo de seus comerciantes e Mestres artesãos locais, tinham criado Sociedades Recreativas nos bairros centrais e o movimento estava alastrando pelas Aldeias próximas.
No ambiente da barbearia do objectivo e inteligente cartesianismo prático de Mestre Bota, o mais perspicaz a propor e provocar conversas audazes chamariz, análises e discussões qualificadas sobre a guerra de 1939-1945 em curso e assuntos de interesse local, os Mestres artesãos, pequenos proprietários, comerciantes e antigos combatentes de La Lys juntavam-se frequentemente para falarem da guerra, de Salazar, da comparação entre o Estado Novo e a democracia francesa que muitos viveram durante a Grande Guerra, do estado do mundo e sobretudo da actualidade e futuro do seu sítio de Gorjões.
Observavam e falavam de que nas Cidades e Vilas as populações, pelo dinamismo de seus comerciantes e Mestres artesãos locais, tinham criado Sociedades Recreativas nos bairros centrais e o movimento estava alastrando pelas Aldeias próximas.
No local propício à discussão séria da barbearia
de Mestre Bota, um grupo de dezoito conceituados e respeitados Mestres, pequenos
e médios proprietários de terras, juntam-se para criar, organizar, instalar e
dirigir a designada Sociedade Recreativa Gorjonense. Entre eles
está, inevitavelmente, o Estanco que já residia na sua “Casa dos Altos” acabada
de construir.
E, dado os antigos armazéns de vender vinho e aguardente de "porta aberta" e “trazer balho” aos domingos, não terem a dignidade requerida para a nova maneira organizada, ordeira e respeitada de trazer baile para sócios sob estatutos e regras a cumprir o grupo fundador decidiu, como melhor local e solução para instalar a Sociedade Recreativa, ocupar a parte maior e mais nobre da “Casa dos Altos”.
Uma sala grande em L virada a Sul e dois quartos anexos, com sete janelas e uma varanda serviram, durante quase dez anos, respectivamente de Sala de Baile, Direcção e Bufete.
E, dado os antigos armazéns de vender vinho e aguardente de "porta aberta" e “trazer balho” aos domingos, não terem a dignidade requerida para a nova maneira organizada, ordeira e respeitada de trazer baile para sócios sob estatutos e regras a cumprir o grupo fundador decidiu, como melhor local e solução para instalar a Sociedade Recreativa, ocupar a parte maior e mais nobre da “Casa dos Altos”.
Uma sala grande em L virada a Sul e dois quartos anexos, com sete janelas e uma varanda serviram, durante quase dez anos, respectivamente de Sala de Baile, Direcção e Bufete.
O sonho foi tomando formas e estas sugeriram novos sonhos e novas formas num processo sempre inacabado. A ideia visionária entrara em modo de criação e parto automático.
(continua)
(continua)
Etiquetas: a utopia, jose pinto contreiras
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