sábado, dezembro 05, 2015

A UTOPIA DE JOSÉ PINTO CONTREIRAS 7


JOSÉ PINTO CONTREIRAS

MASSIFICAÇÃO; FALÊNCIA DA UTOPIA

Este entusiasmo de festa e alegria foi constante e cresceu durante anos a fio até atingir pontos altos nos finais dos anos cinquenta do Séc XX.
Nesta altura o país, face à outra Europa em forte crescimento de reconstrução pós-guerra, era muito pobre e o povo vivia com muita dificuldade e miséria. Com a chegada do turismo e depois o surgimento da guerra colonial no começo dos anos sessenta provocaram uma procura constante aos trabalhos na actividade turística junto às praias da costa e, sobretudo, uma fuga em corrida à emigração, nomeadamente, para França.      
A desvalorização dos frutos secos retiraram quase totalmente o rendimento da terra às famílias. As leis de protecção à cidade-dormitório que proibiam a construção nas terras junto das velhas casas de pais e avós forçaram a ida dos jovens para apartamentos na cidade, massificando-a e provocando a inevitável desertificação humana dos sucessores naturais de várias gerações consecutivas dos povoados ancestrais do Barrocal.

A bela e sentida utopia nascida e criada aqui, inspirada nos modelos observados durante a participação pessoal na primeira Grande Guerra, manteve-se viva e actuante como força de modernidade e civilização durante meio Século no Sítio de Gorjões.
Cumpriu plenamente o sonho que se fez utopia e foi futuro no seu tempo.

(conclusão)

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