NOTÍCIAS DO IIL
CURSO DO INSTITUTO INDUSTRIAL DE LISBOA
ELECTROTÉCNIA E MÁQUINAS 1963-1967
ELECTROTÉCNIA E MÁQUINAS 1963-1967
Caso inédito ou muito raro constitui o curso de Elecrotécnia e Máquinas 1963-1967 do antigo Instituto Industrial de Lisboa que se reúne ininterruptamente há 40 anos. Estudou no salazarismo, iniciou-se a trabalhar com o caetanismo, atravessou o prec e outras crises económicas e de trabalho, subsistiu aos conflitos ideológicos pessoais da democracia e continua resistindo ao tempo.
Foi nos pavilhões abarracados ou na sala dos pavões escutando as espantosas lições papíricas do "Preto", as lições sebentais do "Delta Xis", as lições de tecnologia museológica do "Tarzam", as lições dos sábios químicos do "Galvão", as lições de cálculo vectorial sem vectores ou de geometria descritiva sem linha de terra do "Nuno" que se cosia com outras linhas e amava vectores mais gostosos, ou escutando atentamente as imperdíveis sábias lições do ímpar "Chagas Gomes", nas aventuras com o chefe "Lucas" dos contínuos ou com o chefe da secretaria "Snr.Costa", etc., ou ainda as muito especiais e gostosas idas diárias obrigatórias à papelaria da Associação visitar as belas manas de magníficas vistas de todos lados, que nasceu esta camaradagem amiga inapagável.
A maior parte dos alunos vinham das Escolas Industriais de Lisboa mas uma parte importante era oriunda das escolas de província especialmente de Leiria e Faro. Estes alunos, filhos de famílias modestas, viviam em quartos esconsos multicamas sem ambiente e condições de estudo, alugados à volta da Estrela, era também nessa zona que procuravam o café mais adequado para estudar. Estudava-se em grupos distribuidos por cafés como o "Canas", o "Gigante", e a Esplanada do Jardim da Estrela do "Três Pelos" onde se juntavam os algarvios. Os da província eram alunos de médias altas e de elevada craveira pois entravam directamente dispensados do exame de admissão e em Lisboa mantinham o mesmo nível de inteligência ou melhor ainda por aplicação. Eram filhos de famílias remediadas e o estudar em Lisboa não era uma festa mas o meio de obter um ganha pão menos duramente que os pais.
Foi nos pavilhões abarracados ou na sala dos pavões escutando as espantosas lições papíricas do "Preto", as lições sebentais do "Delta Xis", as lições de tecnologia museológica do "Tarzam", as lições dos sábios químicos do "Galvão", as lições de cálculo vectorial sem vectores ou de geometria descritiva sem linha de terra do "Nuno" que se cosia com outras linhas e amava vectores mais gostosos, ou escutando atentamente as imperdíveis sábias lições do ímpar "Chagas Gomes", nas aventuras com o chefe "Lucas" dos contínuos ou com o chefe da secretaria "Snr.Costa", etc., ou ainda as muito especiais e gostosas idas diárias obrigatórias à papelaria da Associação visitar as belas manas de magníficas vistas de todos lados, que nasceu esta camaradagem amiga inapagável.
A maior parte dos alunos vinham das Escolas Industriais de Lisboa mas uma parte importante era oriunda das escolas de província especialmente de Leiria e Faro. Estes alunos, filhos de famílias modestas, viviam em quartos esconsos multicamas sem ambiente e condições de estudo, alugados à volta da Estrela, era também nessa zona que procuravam o café mais adequado para estudar. Estudava-se em grupos distribuidos por cafés como o "Canas", o "Gigante", e a Esplanada do Jardim da Estrela do "Três Pelos" onde se juntavam os algarvios. Os da província eram alunos de médias altas e de elevada craveira pois entravam directamente dispensados do exame de admissão e em Lisboa mantinham o mesmo nível de inteligência ou melhor ainda por aplicação. Eram filhos de famílias remediadas e o estudar em Lisboa não era uma festa mas o meio de obter um ganha pão menos duramente que os pais.
As poucas escapadelas ao estudo, além de uma ou outra ida ao futebol, eram as idas ao cinema da área, o Paris e o Jardim-Cinema, o "Vergas" devido ás cadeiras de verga para os espectadores. Reunidos no café, muitas vezes, deixávamos os livros na mesa, íamos a uma sessão e voltávamos à mesma mesa e estudos, como se fôra uma espécie de intervalo necessário no esforço enorme de horas e horas a matar a cabeça.
Cada um tinha a sua mesa e estudava individualmente no seu canto mas perante uma dificuldade na matéria do dia havia reunião geral e a difuldade era ultrapassada com a discussão geral sobre o assunto, se não, combinávamos pôr a questão ao professor no dia seguinte. Habituávamo-nos ao bulício do café das box-musics com faixas de long-play a um escudo, e o estudo tornava-se mais alegre para além de ser altamente produtivo e menos desgastante face ao facto de podermos tirar dúvidas conjuntamente.
Cada um tinha a sua mesa e estudava individualmente no seu canto mas perante uma dificuldade na matéria do dia havia reunião geral e a difuldade era ultrapassada com a discussão geral sobre o assunto, se não, combinávamos pôr a questão ao professor no dia seguinte. Habituávamo-nos ao bulício do café das box-musics com faixas de long-play a um escudo, e o estudo tornava-se mais alegre para além de ser altamente produtivo e menos desgastante face ao facto de podermos tirar dúvidas conjuntamente.
Deste modo, a vivência estudantil nesse tempo, era uma escola de sã camaradagem proporcionando uma boa formação de convivência social, alargamento e convergência de gostos de leituras e hábitos reputados. Pode dizer-se que os bancos comuns dos cafés, do cinema, do futebol e outros, tal como os bancos da escola do IIL foram fundamentais para a criação deste espírito de fraternidade que ainda hoje perdura e se renova de seis em seis meses há 40 anos sem falhas e que só a morte matará.
Estes da esquerda e direita abaixo são quatro exemplos da fraterna camaradagem do nosso curso. Desde o primeiro ano que fazem parte dos indefectíveis e na hora de organizar as comemorações dos 40 anos deitaram a mão à obra, esforçaram-se e conseguiram reunir mais de cinquenta colegas ao fim de tantos anos.
Merecem o nosso reconhecimento.
Merecem o nosso reconhecimento.
Etiquetas: curso do IIL
2 Comments:
Boa Noite
Obrigado pela informação e pelo conteúdo.
Penso que sobre as velhas instalações do IIL há muito mais coisas para complemento do que sumariamente transcreveste.
Não faço a prosa do texto mas dirijo as dicas :
Lembras-te das casas de banho ?
iii )2 cagadeiras para 400 gajos e não havia quem as limpasse a horas.
iii )O campo de futebol de salão que não era direito nem plano : o "pé de chumbo mandou-nos fazer o levantamento topográfico do campo e eu fiquei espantado . Num dos topos tinha menos 300mm em 15m de comprimento.
iii ) Os alunos eram chamados para as aulas pela voz grossa dos contínuos : 5ª( quíntima turma ) turma.
Colega Parina,
Pelo "parina" não consigo a tua identificação.Estiveste no jantar do dia 10 em Alvalade?Se sim tens o meu mail podes utilizá-lo para trocarmos casos e histórias sobre o nosso IIL.
Um abraço.
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