BARBARIDADES
Na "quadratura do círculo" de ontem ouvi duas enormes barbaridades sobre Liberdade, acerca da actualidade no Tibet.
Barbaridade I
Pacheco Pereira afirmou que, cito de memória, «o Tibet era uma teocracia dos monges onde o resto da população passava fome (ou morria de fome) para quem a invasão dos chineses foi uma libertação». As palavras podem não ser bem assim mas a mensagem era e foi esta.
Tal como faz relativamente ao Iraque, PP continua a exorcisar o seu antigo maoismo perante o presente. Os USA foram libertar o Iraque, o MAO foi libertar o Tibet e como, segundo PP e outros afadigados apologistas, existe um imenso bom governo e desenvolvimento espanhol face à nossa "atávica miséria", um dia destes advoga a libertação dos portugueses pelos espanhóis.
Contudo, no caso da invasão de Timor pela Indonésia e da promoção da independência do Kosovo, pelos USA e Europa, já não considera que se tratou de uma libertação, mas de uma sujeição de povos.
Caro pensador-opinador, também as nossas ex-colónias ficaram bem piores após a independência, mas tinham conquistado o seu direito de ser livres como nação e isso é o mais que tudo para um povo. Trata-se de Liberdade e não de liberdade condicionada a troco do prato de lentilhas. O povo do Tibet, fosse uma teocracia ou o que quer que fosse, têm o direito à restituição da sua Liberdade e a organizar-se social e culturalmente segundo tradições e costumes do seu povo milenário. Nenhuma democracia, nem a mais bem intencionada, jamais levou a liberdade a outro povo quanto mais uma ditadura rígida e feroz perante qualquer contraditório como é a chinesa. Jamais a forma como um povo se organiza, desde que pacífica e não interveniente na vida dos outros povos, deve ser motivo de intervenção de outrem. Só ao seu próprio povo cabe aceitar ou revoltar-se contra o estado de coisas interno. Aos de fora cabe, em nome dos direitos humanos, tão somente apoiar governos ou oposições sem intervir, muito menos militarmente.
A Liberdade é um ideal congénito da nossa origem natural racionalizado pelo nosso compromisso social e tornou-se um bem tão grande e tão estimável que, perdida ela, todos os males chegam em cadeia, e os próprios bens que permanecem perdem inteiramente o seu gosto e o seu sabor.
Heródoto relata que um grego se dirigiu a um persa deste modo: «você não sabe o que é a Liberdade, pois se o soubesse lutaria por ela de mãos nuas se não dispusesse de armas».
Tal como faz relativamente ao Iraque, PP continua a exorcisar o seu antigo maoismo perante o presente. Os USA foram libertar o Iraque, o MAO foi libertar o Tibet e como, segundo PP e outros afadigados apologistas, existe um imenso bom governo e desenvolvimento espanhol face à nossa "atávica miséria", um dia destes advoga a libertação dos portugueses pelos espanhóis.
Contudo, no caso da invasão de Timor pela Indonésia e da promoção da independência do Kosovo, pelos USA e Europa, já não considera que se tratou de uma libertação, mas de uma sujeição de povos.
Caro pensador-opinador, também as nossas ex-colónias ficaram bem piores após a independência, mas tinham conquistado o seu direito de ser livres como nação e isso é o mais que tudo para um povo. Trata-se de Liberdade e não de liberdade condicionada a troco do prato de lentilhas. O povo do Tibet, fosse uma teocracia ou o que quer que fosse, têm o direito à restituição da sua Liberdade e a organizar-se social e culturalmente segundo tradições e costumes do seu povo milenário. Nenhuma democracia, nem a mais bem intencionada, jamais levou a liberdade a outro povo quanto mais uma ditadura rígida e feroz perante qualquer contraditório como é a chinesa. Jamais a forma como um povo se organiza, desde que pacífica e não interveniente na vida dos outros povos, deve ser motivo de intervenção de outrem. Só ao seu próprio povo cabe aceitar ou revoltar-se contra o estado de coisas interno. Aos de fora cabe, em nome dos direitos humanos, tão somente apoiar governos ou oposições sem intervir, muito menos militarmente.
A Liberdade é um ideal congénito da nossa origem natural racionalizado pelo nosso compromisso social e tornou-se um bem tão grande e tão estimável que, perdida ela, todos os males chegam em cadeia, e os próprios bens que permanecem perdem inteiramente o seu gosto e o seu sabor.
Heródoto relata que um grego se dirigiu a um persa deste modo: «você não sabe o que é a Liberdade, pois se o soubesse lutaria por ela de mãos nuas se não dispusesse de armas».
Barbaridade II
O homem prático e de accão que é Jorge Coelho deixou-me perplexo sobre o mesmo assunto do Tibet e o possível boicote aos jogos olímpicos. Disse ele que ( e cito novamente de memória) : « então todo o mundo não sabia já o que se passava no Tibet? Então os monges só agora, porque há os jogos, é que se lembraram de se manifestar e põr em causa os próprios jogos?». A mensagem de JC era a de um homem zangado com os monges porque estavam a perturbar agora, oportunisticamente, a realização dos jogos.
Esta, vinda de um político experimentado é mesmo de cabo de esquadra. Então o que é a política senão o saber aproveitar o momento certo, a oportunidade adequada, a conjuntura propícia para passar a "Mensagem" que se pretende? O que fazem todos os governos e oposições do mundo senão "anunciar" a sua mensagem no lugar e momento mais conveniente e oportuno? Acaso aos monges, submetidos à força e, como povo e cultura, há longos anos, sujeitos a uma política de submersão da sua identidade como povo, no grande rio de mais de mil milhõs de chineses, não deve conceder-se nem sequer o direito de se manisfestar para dar a conhecer quão dura é a sua realidade actual? Ao longo de toda a história da humanidade poderá JC perguntar porque é que "só naquela data" se deram tais e tais acontecimentos e não na data que os derrotados nesses acontecimentos quereriam.
Caro JC, porque será que o PS se lembrou de fazer, e bem, um comício depois da manifestação dos professores? O senhor que nele discursou com o seu entusiasmo habitual não pensou um momento sequer na sua oportunidade?
Tudo o resto, acerca da Liberdade, vale o dito acima.
Esta, vinda de um político experimentado é mesmo de cabo de esquadra. Então o que é a política senão o saber aproveitar o momento certo, a oportunidade adequada, a conjuntura propícia para passar a "Mensagem" que se pretende? O que fazem todos os governos e oposições do mundo senão "anunciar" a sua mensagem no lugar e momento mais conveniente e oportuno? Acaso aos monges, submetidos à força e, como povo e cultura, há longos anos, sujeitos a uma política de submersão da sua identidade como povo, no grande rio de mais de mil milhõs de chineses, não deve conceder-se nem sequer o direito de se manisfestar para dar a conhecer quão dura é a sua realidade actual? Ao longo de toda a história da humanidade poderá JC perguntar porque é que "só naquela data" se deram tais e tais acontecimentos e não na data que os derrotados nesses acontecimentos quereriam.
Caro JC, porque será que o PS se lembrou de fazer, e bem, um comício depois da manifestação dos professores? O senhor que nele discursou com o seu entusiasmo habitual não pensou um momento sequer na sua oportunidade?
Tudo o resto, acerca da Liberdade, vale o dito acima.
Etiquetas: crónica comentário
1 Comments:
PORTO, 2008.03.28
Meu caro ADOLFO,
Em barbaridades (I ) e (II), os textos são poderosos valendo por isso.
No entanto não subscrevo a parte final do Barbaridades (II).
Aquela do comício do PS contra a manif dos professores foi coisa que nunca vi.
Além disso, estrategicamente não me parece correcto, pois estão em jogo 140 000 votos.
Viva a Liberdade.
JBS
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