terça-feira, março 25, 2008

LUTA EDUCATIVA, ELUCIDATIVA (FINAL)


Marcelo Rebelo de Sousa, o maior troca-tintas da actualidade: «foi contra o aborto mas a favor do aborto com pena mas sem castigo, contra e a favor ao mesmo tempo, etc. e tal»; «fui contra o acordo ortográfico mas agora sou a favor porque etc. e tal»; «até nem tenho nada contra acabar com quotas mas Filipe Menezes devia ter falado nisso antes, na altura certa, agora não, etc. e tal»; «na altura defendi a guerra do Iraque, mas sem armas de destruição maçiça nicles, sou contra, etc. e tal»; «já foi candidato perdedor à CML mesmo com banho sujo no Tejo, já foi presidente do PSD mesmo sem Cristo descer à Terra e desistiu por merdas, mas mantem-se potencial candidato a tudo que é alto cargo deste mundo, etc. e tal»; «já fui a favor da ministra mas agora não, porque disse isto e fez aquilo, porque fez assim e não assado, porque a idéia era boa mas aplicou mal, etc. e tal».
Agora disse que a ministra menorizou, desclassificou, desautorizou os professores. Também podia ter dito exactamente o contário sem perder razão. Impagável este troca-tintas.

Vasco Pulido Valente, o maior Velhadas do Restelo actual e sua amada dona Constança para os quais ninguém deste mundo tem substânç(i)a, está tudo errado a começar por D. Afonso Henriques faca nos dentes, que teve a má idéia de fundar Portugal e os portugueses, com sua(deles) rara excepção, claro. «O exercício que em Portugal se chama "reformas do ensino" leva sempre à progressão geométrica da perplexidade e da ignorância».( Salvo a sua, claro) ; «Como se pode avaliar professores quando o Estado sistemáticamente os "deseducou" durante 30 anos?».(Os únicos não deseducados são eles, claro, para poder contar como é); «Nunca com certeza preveniram a Sedes que as meninas não reformam o bordel». ( Eles, claro, não são meninas deste bordel) ; «O destino de Portugal, é como sempre foi, apodrecer ao sol».
A última é que, «não me cheira que a aluna do telemóvel bata habitualmente nos pais como bateu na professora. Porquê? Porque não acredito que ela goze em casa a impunidade de que goza na escola» Tudo provém do seu "cheiro" para esclarecer que a aluna não bate "habitualmente" nos pais, só bate quando não lhe fazem a vontade. Também podia ter dito exactamente o contrário, que segundo o meu ponto de vista tinha mais razão. Uma questão de "cheiro", afinal.
E, felizmente, Portugal vai a caminho de mil anos a apodrecer ao sol e os VPV vão a caminho de mil anos de podres à sombra.

Para José Manuel Fernandes, o polícia dos governos e de má-fé contra MST e odiosamente contra este governo, o caso «é uma consequência de termos um sistema público altamente centralizado, que desresponsabiliza (quando não humilha) os seus agentes...»; «A autoridade, na sala de aula, como em qualquer grupo social, ou se tem ou dificilmente se "decreta"» ; «O problema não está na autoridade abstracta do professor, mas nas regras existentes na escola».
Querendo ser diferente a atacar faz uma baralhada de contradições, pois se o que falta são regras claras, o que é uma "regra" senão introduzir uma hierarquia para criar uma autoridade? Se uma autoridade, na sala de aula, não se "decreta" para que raio quer JMF as "regras" na escola? Claro, para este serviçal de Belmiro & Belmirinho, a democracia deste governo é para-fascista estalinista embora não impeça que ele próprio diga as barbaridades que diz, publique e mande outros redizerem e republicarem, mas como bom ex-aluno marxista-leninista-maoista, exige a existência de "Regras" disciplinadoras na escola. Das boas, rígidas e absolutistas à maneira do que ele diz que este governo é, que é como ele faria se fosse governo.

Para Maria Filomena Mónica, a tia-madrinha da Manif dos professores , na Sábado segundo um blog que li, diz «que não há legitimidade na avaliação dos professores porque D. Afonso Henriques maltratava a mãe». Ainda mais insupotavelmente arrasador que a outra explicação psicológica do telemóvel fazer parte da mão, para a juventude, e por conseguinte indecepável. Do seu companheiro António Barreto, desde a célebre catilinária contra a "porcaria" do Algarve no qual fazia a apologia encomiástica do super-mercado "Apolónia", como a única coisa que se aproveitava neste local mal cheiroso, fiquei desconfiado com tal bizantinice e tenho constatado que pouco ou nada de pensamento recomendável sai de tal cabeça envelhecida antes de tempo. Não passa de uma mistura sem sal dos outros todos descritos atrás, uma lástima.

Até o jovem pensador Rui Tavares, que sendo jovem tem muitas vezes pontos de vista sob perspectivas inovadoras, para este caso não vai além de uma tentativa humorística para explicar e solucionar casos como o acontecido. Fala das duas autoridades: a do medo(da violência), e a do reconhecimento. Acha RT que alunos daquela idade e calibre educacional de raiz, organizado em grupo no café, no recreio, nos estádios de futebol, no comportamento, na linguagem, etc., depois na sala de aula, alguma vez alcançam o estado de consciência necessário para aceitarem por mérito e reconhecimento o professor? Eu não creio em tal e por conseguinte, só uma autoridade imposta recta e justamente nos momentos certos pode obstar e aliviar tais situações. E imposta desde que tais criancinhas mimadas começam com toda a espécie de birras para satisfazerem o seu gosto, como se tais imberbidades já tivessem algum gosto quanto mais algum bom gosto. Também, deste pensador, uma decepção.

Resta avaliar os verdadeiros protagonistas do filme. Da aluna e dos seus colegas que se armaram em "heróis do dia" daquela escola, só podemos pensar que dificilmente algum se aproveitará futuramente, caso esta lição prática televisionada e comentada pelo país intelectual, não sirva de toque a rebate de suas juvenis cabecinhas tontas.
Da Professora, que suportou estóicamente a rebelião da turba de leõezinhos viciosamente amestrados, só temos que lhe enaltecer a sua actitude de grande coragem. Pequena e franzina face à corpulenta leoazinha e seus ajudantes, nunca se intimidou nem deixou de indicar o olho da rua á menina mal-criada. Dizem alguns que tentou sair mas não penso assim nem o video o indica. Pelo contrário, manteve-se firme e não largou o telemóvel, suportou os puxões da leoazinha enraivecida, suportou o ultrajante apoio e risota comum do resto da manada, aguentou convictamente a perigosa inferioridade física, aguentou com invicta dignidade e superioridade moral o vil ataque dos energúmenozinhos.
Afinal a "Velha" não caiu. Aguentou a força física bruta e os indecorosos vexames morais e não caiu. Aquela Professora foi um exemplo de integridade moral no exercício da sua nobre profissão, aquela Professora merece admiração e o maior respeito de todos nós. São portugueses como aquela Professora que nunca deixarão Portugal cair ou apodrecer ao sol.

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