quinta-feira, março 06, 2008

NOTÍCIAS DOS GORJÕES

Em tempos arcaicos, jogava-se aqui nos Gorjões, ao jogo da rifa talvez a figos ou amêndoas o que originou dar-se genéricamente depois o nome de "Rifa" a esta velha tradição de jogar às cartas por rebuçados nos anos 50. Durante o tempo de quaresma até à Páscoa, quando não havia bailarico, as moças organizavam-se e "traziam rifa" em casa de uma delas. À noite à hora habitual do bailarico, as mães com as moças dirigiam-se para a Rifa e os moços iam lá ter no encalço de namoricos e derriços já encetados. A Rifa permitia a continuação de encontro e fala e favorecia avanços gostosos de iniciação com toques e encostos de pernas sob a mesa de jogo.
O Clube Recreativo e Cultural Gorjonense fez renascer esta tradição no lugar do Alto e teve uma entusiasta adesão do povo mais velho e dos miúdos, que revive esta sã convivência com entrega ao jogo e grande alegria. Antigamente jogava-se ao "Quina"(loto), ao montinho, ao sete-e-meio, ao codilho. Jogava-se a rebuçados de açúcar a meio tostão cada e agora joga-se a rebuçados de fruta a três euros o cento. O codilho é um jogo parecido à Lerpa mas tem regras adaptadas dos costumes locais e é o jogo mais querido e jogado pelas mulheres. Os homens jogam ao "Blef" (corruptela de "bluff" do poker), pois permite aplicar toda a astúcia na arte de enganar o adversário. Neste jogo, quando os parceiros despicam forte, com jogo ou a fazer blef, o prato dos rebuçados atinge os milhares.
Os videos abaixo ilustram como se vive modernamente esta velha tradição.


JOGO DA RIFA



MESA DE JOGO DO CODILHO 1





MESA DE JOGO DO CODILHO 2




MESA DE JOGO DO "BLEF"

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2 Comments:

Blogger João Brito Sousa said...

2008.03.06
MUITO BEM.

O APCGorjeios trouxe aqui uma recordação dos meus tempos de rapaz, pois frequentei esses ambientes, nos ditos anos 50.

No norte do PAIS as coisas não são bem assim.

O jogo do codilho é uma saudade.

Parabens ao ADOLFO.

João Brito Sousa

4:28 da manhã  
Blogger Unknown said...

Brilharam-me os olhor quando encontrei esta página na internet.

O homem, como qualquer outro animal, está sempre ligado à terra onde nasceu.

Também nos Gorjões nasci e é cá que quero ficar, no meio desta boa gente que se conhece um ao outro.

Bem haja Adolfo !

António Gonçalves

8:49 da manhã  

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