segunda-feira, junho 16, 2008

MARAFAÇÕES LIX


SER OU NÃO SER DEMOCRÁTICO

Além dos anti-união europeia que, evidentemente, soltaram logo o grito rejubilante de "tratado morto", parece haver muita gente europeista que titubeia e pensa que respeitar a democracia é apenas respeitar o voto da Irlanda. Claro que também é respeitar o voto dos irlandeses e a Europa deve precisamente compreender integralmente o sentido do voto de quem rejeita claramente o novo tratado. Contudo os irlandeses também devem reconhecer o direito dos outros países decidirem democráticamente, entre eles, avançar com o tratado respeitando precisamente a vontade de quem não quer ser submetido a tal tratado.
Caso os outros países decidam avançar com aquele tratado, que foi acordado por todos e não é contra nenhum signatário, será um acto democrático superior, porque respeita a vontade das duas partes e não a parte a obrigar a outra e o todo. Uma parte, e para mais uma pequena parte, obrigar a sua vontade ao todo é que contraria o princípio fundamental da democracia: participação de livre vontade de forma expressa, clara e interessada e jamais contra vontade, por coacção ou imposição de uma parte sobre outra ou outras.
Por conseguinte os países que decidam avançar por que entendem isso o melhor para a actual situação global da Europa face ao futuro do mundo próximo, devem convictamente aplicar a sua visão e estrtégia, respeitando e não interferindo na estratégia dos outros, e não ligar aos falsos moralistas ou beatos oportunistas para quem a democracia só o é quando corresponde às suas opiniões.
Raramente é tão justo como neste caso a aplicação do democrático ditado popular "amigo não empata amigo".

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