MARAFAÇÕES LXXV
MACARICES E OS LAZERES DE FERREIRA
Para além da nossa discórdia de fundo do caso em questão, quero assinalar que o senhor Ferreira, ao colar a discussão deste assunto, puramente da Cidade nos aspectos do património estético-técnico-social-histórico-cultural-urbanístico, a questões de pensares e camisolas de côres ideológicas, revela argumentação rasca e gosto para controvérsia de tosco senso comum. Do meu post só pode concluir que sou contra o Snr. Macário para presidende da edilidade farense, o resto é argumento de adivinhações tiradas de alguma astrologia que povoa a cabeça do Snr. Ferreira. Mas essa minha opinião já a tinha manifestado também no ADF quando o senhor 1º edil de Tavira teve a mesquinha idéia, altamente indiciadora de cidadão rasteiro com alma raquitica, de colocar a frota camarária numa correria em contínuo vai-vem para ir atestar a Ayamonte. Logo não é novidade a minha posição quanto a isso, e desta oposição apenas se deve concluir que não desejo tão fraca pessoa política à frente do meu município.
A mesma fraca pessoa política, agora pretendente à CMFaro, o que fia mais fino, sem travão na língua vir informar os farenses de que a linha e estação ferroviária devem ser retiradas do local de sempre com o argumento anedótico de que "já lá estão há mais de 100 anos", só vem comprovar a leveza do pensamento macarista. E, na mesma arrancada, o candidato tem outro profundo pensamento, pretenciosamente humorístico, ao apontar aos farenses que a estação rodoviária está sob um hotel "ao lado de um estendal de venda de roupa de grande qualidade e dignidade", ignorando que tal estendal de venda de roupa indigna, para o candidato, é provisória e ocupa o espaço indicado e, provavelmente reservado, para alargar ou implantar de raiz uma moderna e funcional estação rodoviária. Claro que tudo aquilo é uma coisa mal amanhada com muito desleixo à mistura e já devia ter levado uma volta do avesso.
E aqui chegados, com gosto e imaginação a Cidade estaria dotada, no seu interior central e sem apagar a sua história, uma verdadeira estação intermodal. Basta ver que as estações rodo e ferroviária ficariam contíguas, se é que já não o são actualmente. Porque, ao contrário do que diz Ferreira, a linha ferroviária não limita pessoas, muito menos congestiona transito (onde?) e ainda menos cria "dificuldades de lazer" que nem estou a ver o que isso seja, é. Quanto à estação rodoviária ela acarreta, como está, algum entrave ao transito, mas isso deve-se á entrada e saída de autocarros directamente para a Avenida o que é facilmente solucionável numa estação bem remodelada desenhada e integrada numa estação de conjunto único.
Onde já se perdeu imenso tempo e entretanto se criaram, provavelmente, entraves inultrapassáveis, foi na construção de um corredor largo e rápido até ao centro, precisamente junto à linha férrea no prosseguimento da avenida que vindo da Baixa como está, passaria junto à estação e continuaria junto à linha com saída para uma das rotundas da 125. Prevê o plano ribeirinho fazer esse acesso largo e rápido do lado da linha junto à Ria?
Quanto à ideia predominante de que a linha é um obstáculo intransponível e retira a vivência da Cidade com o seu elemento mais natural e algo precioso que é a Ria ou que a linha faz a Ria estar de costas para a Cidade ou que a linha impede qualquer plano arrojado de reestruturação da zona ribeirinha, parece-me mais uma falácia de ideia pré-concebida, de preconceito do portugalzinho embevecido pela pimbalhice das modernidades berrantes. É minha convicção até, que a linha tal como nasceu e está foi, precisamente, a grande salva-guarda, o amparo e anjo-da-guarda, da frente ribeirinha farense. Sem a sua presença inibidora seria impossível, aquele espaço privilegiado, resistir às várias vagas de ataques imobiliários incontroláveis, que houveram ao longo dos anos. Sem a sua presença indesejável e mal-querida à especulação desenfreada da pedreiragem construtora, a frente ribeirinha seria mais uma desgraçada imitação das frentes de Quarteira, Armação de Pera ou semelhantes, e então sim, hoje a Ria estaria totalmente de costa voltadas para a nossa Cidade.
E já agora, junto mais um argumento de autoridade: recentemente, àcerca da controvérsia lisboeta relativa ao facto de os contentores do Porto de Lisboa inibirem a ligação do cidadão com o Rio, perguntaram a opinião de Siza Vieira e ele respondeu, (não literalmente, cito de memória), "acho a actividade portuária um assunto muito interessante para a Cidade", e quanto às vistas tapadas e costas voltadas, disse, "numa Cidade há sempre umas construções que tapam outras, ruas que se seguem a outras, caso contrário não havia Cidade". Felizmente que em Faro houve e há a linha de caminho de ferro que não só não tapa nada como ainda alegra e é igualmente muito interessante para a vida de cidadãos e visitantes como para a presevação da identidade própria e História da Cidade.
E outra questão: porque raio de carga de água tudo que se diz que Faro precisa são espaços de lazer? A Cidade, a Ria, os campos anexos de belas hortas e fruti-horticultura, o Barrocal só existem para serem transformados em espaços de lazer? E um dia vende-se o lazer a quem? Também pensam na idéia de um crescimento infinito para o lazer tal como os donas brancas do mundo nos impingiram para o imobiliário e deu no que se vê e sente? É só uma pergunta em jeito de alerta.
A mesma fraca pessoa política, agora pretendente à CMFaro, o que fia mais fino, sem travão na língua vir informar os farenses de que a linha e estação ferroviária devem ser retiradas do local de sempre com o argumento anedótico de que "já lá estão há mais de 100 anos", só vem comprovar a leveza do pensamento macarista. E, na mesma arrancada, o candidato tem outro profundo pensamento, pretenciosamente humorístico, ao apontar aos farenses que a estação rodoviária está sob um hotel "ao lado de um estendal de venda de roupa de grande qualidade e dignidade", ignorando que tal estendal de venda de roupa indigna, para o candidato, é provisória e ocupa o espaço indicado e, provavelmente reservado, para alargar ou implantar de raiz uma moderna e funcional estação rodoviária. Claro que tudo aquilo é uma coisa mal amanhada com muito desleixo à mistura e já devia ter levado uma volta do avesso.
E aqui chegados, com gosto e imaginação a Cidade estaria dotada, no seu interior central e sem apagar a sua história, uma verdadeira estação intermodal. Basta ver que as estações rodo e ferroviária ficariam contíguas, se é que já não o são actualmente. Porque, ao contrário do que diz Ferreira, a linha ferroviária não limita pessoas, muito menos congestiona transito (onde?) e ainda menos cria "dificuldades de lazer" que nem estou a ver o que isso seja, é. Quanto à estação rodoviária ela acarreta, como está, algum entrave ao transito, mas isso deve-se á entrada e saída de autocarros directamente para a Avenida o que é facilmente solucionável numa estação bem remodelada desenhada e integrada numa estação de conjunto único.
Onde já se perdeu imenso tempo e entretanto se criaram, provavelmente, entraves inultrapassáveis, foi na construção de um corredor largo e rápido até ao centro, precisamente junto à linha férrea no prosseguimento da avenida que vindo da Baixa como está, passaria junto à estação e continuaria junto à linha com saída para uma das rotundas da 125. Prevê o plano ribeirinho fazer esse acesso largo e rápido do lado da linha junto à Ria?
Quanto à ideia predominante de que a linha é um obstáculo intransponível e retira a vivência da Cidade com o seu elemento mais natural e algo precioso que é a Ria ou que a linha faz a Ria estar de costas para a Cidade ou que a linha impede qualquer plano arrojado de reestruturação da zona ribeirinha, parece-me mais uma falácia de ideia pré-concebida, de preconceito do portugalzinho embevecido pela pimbalhice das modernidades berrantes. É minha convicção até, que a linha tal como nasceu e está foi, precisamente, a grande salva-guarda, o amparo e anjo-da-guarda, da frente ribeirinha farense. Sem a sua presença inibidora seria impossível, aquele espaço privilegiado, resistir às várias vagas de ataques imobiliários incontroláveis, que houveram ao longo dos anos. Sem a sua presença indesejável e mal-querida à especulação desenfreada da pedreiragem construtora, a frente ribeirinha seria mais uma desgraçada imitação das frentes de Quarteira, Armação de Pera ou semelhantes, e então sim, hoje a Ria estaria totalmente de costa voltadas para a nossa Cidade.
E já agora, junto mais um argumento de autoridade: recentemente, àcerca da controvérsia lisboeta relativa ao facto de os contentores do Porto de Lisboa inibirem a ligação do cidadão com o Rio, perguntaram a opinião de Siza Vieira e ele respondeu, (não literalmente, cito de memória), "acho a actividade portuária um assunto muito interessante para a Cidade", e quanto às vistas tapadas e costas voltadas, disse, "numa Cidade há sempre umas construções que tapam outras, ruas que se seguem a outras, caso contrário não havia Cidade". Felizmente que em Faro houve e há a linha de caminho de ferro que não só não tapa nada como ainda alegra e é igualmente muito interessante para a vida de cidadãos e visitantes como para a presevação da identidade própria e História da Cidade.
E outra questão: porque raio de carga de água tudo que se diz que Faro precisa são espaços de lazer? A Cidade, a Ria, os campos anexos de belas hortas e fruti-horticultura, o Barrocal só existem para serem transformados em espaços de lazer? E um dia vende-se o lazer a quem? Também pensam na idéia de um crescimento infinito para o lazer tal como os donas brancas do mundo nos impingiram para o imobiliário e deu no que se vê e sente? É só uma pergunta em jeito de alerta.
Etiquetas: faro
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