quinta-feira, março 31, 2011

A GRANDE MENTIRA III


OS "AMIGOS" DE SÓCRATES

Outra forma de propaganda da direita, e montada pelos media de jornalismo fretista contra Sócrates, é metralhar sobre as suas "amizades" políticas com chefes de outros Estados.
Claro, para isso referem as "amizades" com ditadores como "Kadhafi", "Chavez", ou outro governante de país de democracia duvidosa. Claro, omitindo que as relações entre Estados sempre se fizeram e fazem entre as pessoas que representam face ao exterior, bem ou mal, esses Estados e respectivos povos.
Doutra maneira, Portugal durante 48 anos, não teria tido relações com muitos Estados do mundo e sobretudo com a grande maioria dos europeus. O facto de uma elite se apoderar do poder num país e governar por ditadura ou tiranicamente, não quer dizer que o povo desse país deva ser abandonado.

No caso da Venezuela então, é flagrante o dever português de manter cordeais relações dada a enorme comunidade portuguesa existente nesse país. Se se puder juntar às bosa relações, e estas ajudam muito, negócios reconhecidos como bons para ambas as partes, tanto melhor. Aliás, um bom governo, deve lutar por equilibrar a balança de transacções com os países onde faz compras, como a Vemezuela e a Líbia, nossos fornecedores de petróleo.

Esse é o dever de um bom governo e o bom político é aquele que é capaz de criar as empatias com os governantes de outros países de modo a facilitar essas trocas e equilibrios comerciais. O bom político é aquele capaz de estabelecer uma corrente em vai e vem de laços francos de simpatia em direcção à estima e amizade pessoal, criando uma relação de confiança mútua. Esta é essencial para que permita a troca de actitudes sérias recíprocas de apoios e entreajuda nas ocasiões.

E estabelecer com desconhecidos uma corrente de simpatia e confiança recíproca entre pessoas não é nada fácil, como nós todos sabemos por experiência pessoal, e muito menos quando estão frente a frente culturas e interesses de povos muito díspares.
É preciso que tal político tenha algo próprio de muito especial, uma capacidade intelectual ou intuição apuradíssima fora do normal, uma sensibilidade de nível superior para entender o outro, uma verticalidade à prova de bala, saber receber e compreender o pensamento do outro e ser capaz de retribuir com pensamento próprio justo e adequado à situação.

Em suma, para se ser bom político é preciso preparação mas sobretudo intuição e elevada craveira intelectual. E para ser um bom lider político, além dessas qualidades, tem de ter um carisma pessoal único, inerente ao seu carácter determinado de vontade e acção sob uma visão intuitiva certeira do futuro. Um lider carismático impôe-se pelo respeito e admiração que suscita quer nos seguidores quer nos adversários, une esforços de pensamento e acção reunindo, desse modo, forças e vontades que vencem impossíveis à primeira vista.
E sobretudo, sendo determinado, possuir uma coragem capaz de vencer dificuldades impensáveis. Uma coragem racional que enfrenta dificuldades com visão de futuro de tal forma que, quer ganhe ou perca, o tempo e a vida confirmará a validade da convicção.

Não é por acaso que vemos o nosso PM, José Sócrates, ser recebido com efusiva simpatia pelos dirigentes europeus. Que vemos, tanto Chávez ou Kadaffi como Lula da Silva, Merkel, Jintao, Obama e outros lideres mundiais que nos visitam ou são visitados, serem atenciosos às palavras do PM, não obstante a nossa pequenez e insignificância na cena internacional.

Já outros, embora que muito se esforcem por reconhecimento, embora que cada vez que são citados "lá fora" vêm logo ufanar-se disso "cá dentro" junto dos portugueses, embora muito que se proclamem sábios e visionários cá dentro, ninguém de "lá de fora" os consulte ou sequer saibam que existem, não passam de esforçados vendedores vulgares de uma imagem desejada mas não concretizada.

Ao contrário do lider carismático forte de convicções e visão política de futuro que é reconhecido pela consistência de pensamento e acção, os simplesmente esforçados sem chama, na luta pelo reconhecimento do outro, não sendo corajosos de alma, precisam tomar coragem para enfrentar o adversário com palavras e não com acção, caindo logo de seguida, na dúvida e na inação sem consequências. No fundo, enchem-se de coragem para praticar uma bravata, um fogacho, um assomo calculado de coragem para um efeito de momento mas inconsequente, logo fugaz e ensombrado pela desilusão do momento imediato posterior.
A estes pomposos cata-grandezas com palavreado mas sem impressão digital sobre nada, os lideres fortes de outros países, logo que eles se vão e dão as costas para se retirar, já remeteram as palavras e imagem deles para o caixote do lixo de suas memórias.

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